terça-feira, 28 de outubro de 2008

À REDEA SOLTA - PARTE I

O ESTADO DEVEDOR…
O Governo decidiu, em 2006, reforçar o combate à fraude e evasão fiscal através da publicação, automática, da lista de devedores ao Fisco e à Segurança Social.
Mas sucede que o Estado também é devedor. E que devedor! Apesar da opacidade das suas contas, estima-se que deva entre 2500 e 3000 milhões de euros a cerca de 13.000 cidadãos e empresas. Dívidas de autarquias, dívidas de institutos, dívidas de empresas publicas, dividas de serviços integrados e de fundos autónomos; dívidas dos hospitais EPE (que são praticamente todos), dívidas do programa Polis e tantas outras…MAS ESTAS NÃO PODEM SER PUBLICADAS porque a sua publicação depende de requerimento expresso do credor ao Ministro das Finanças e só se estas forem superiores a 3500 ou 7000 euros, para pessoas singulares, no primeiro caso, ou pessoas colectivas, no segundo. Sem direito a juros de mora.
Neste momento constam dessa listagem apenas uma misericórdia e duas empresas, que demonstram a sua coragem neste atentado contra a igualdade, e o risco que correm estas duas ultimas é nunca mais voltarem a ser contratadas.
“QUEM ROUBA UM PÃO É UM LADRÃO, QUEM ROUBA UM MILHÃO É UM BARÃO!”

O REGABOFE NA GEBALIS
Penso que já a nenhum de nós causa estranheza notícias deste teor, dado que começamos a estar por demais habituados à sua recorrência, perante a passividade de quem por direito devia fiscalizar e a total impunidade de quem prevarica.
E isto não passa da ponta do “ICEBERG” do que se vai passando um pouco por todo o lado, sabendo nós das mordomias de que se gozam muitos quadros dos organismos públicos e do laxismo que neles grassam. Esperemos que o Ministério Publico esteja cada vez mais atento a este e a outros casos e que a Dr.ª Maria José Morgado seja uma combatente acérrima contra o despudor da delapidação dos dinheiros públicos.
“COM O PÃO DO NOSSO COMPADRE, GRANDE FATIA AO NOSSO AFILHADO”

BELAS…
A população de Belas/Queluz, escreveu à ministra da saúde, Ana Jorge, a pedir um novo centro de saúde, porque o existente funciona num edifício bastante degradado e as pessoas têm de esperar na rua. Louva-se a acção, relembrando a população de Belas que estarão na mesma situação muitos outros centros espalhados pelo país e que o Ministério da Saúde deve estar “vacinado” contra essas e outras reclamações sobre o desaforo que têm sido algumas reformas da saúde, lesivas dos mais elementares direitos e necessidades dos utentes.
“NÃO HÁ “BELAS” SEM SENÃOS! “

domingo, 26 de outubro de 2008

BRASIL: LÁ, TAL COMO CÁ!!!

Terá lugar hoje no Brasil a segunda volta das eleições autárquicas onde, dos 128 milhões de eleitores, 27 milhões vão eleger os prefeitos e vice-prefeitos de 30 cidades com mais de 200.000 habitantes. Destas, 11 são capitais de Estado, onde nenhum candidato conseguiu maioria absoluta ma primeira volta.
Fazendo fé nas últimas sondagens, a maioria das cidades deverão ser conquistadas pelos candidatos governamentais. Tudo parece apontar que no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, Lula da Silva venha a assistir a uma vitória dos seus candidatos, contrariando as tendências da primeira volta que se realizou no passado dia 5, esperando-se que não se inverta a situação em São Paulo onde uma derrota para Lula e o seu partido parece ser eminente, estando Gilberto Kassab, actual prefeito da capital Paulista e candidato do DEM-Partido Democratas, segundo as sondagens, com uma vantagem de 18 pontos relativamente a Marta Suplicy, do Partido dos Trabalhadores, ex-pefeita.
Até aqui esta seria uma notícia banal, não fosse esta realidade absolutamente incrível; - 43 dos 60 candidatos estão a contas com a justiça, enfrentando acções judiciais, representando este número 71,6% dos elegendos. São 249 as acções que impendem sobre estes e, em 16 das 30 cidades, os dois candidatos em disputa estão processados judicialmente. E como se tudo isto não baste, 34 prefeitos que foram eleitos na primeira volta, tinham sido presos pela Policia Federal ou afastados dos cargos nos últimos quatro anos.
Pois é, parece que até nisto somos países irmãos; - Lá, tal como cá, na politica vale tudo!

Salão erótico - um bom remédio em tempo de crise

Salão erótico espera 40.000 visitantes na FIL, num evento que decorre entre 31 de Outubro e 2 de Novembro e que oferecerá descontos a ESTUDANTES E REFORMADOS, sendo esta uma medida de grande alcance social, tomando em linha de conta a grave crise que Portugal atravessa.
Estando a organização bastante preocupada e sensibilizada com o facto, resolveu facilitar a vida aos estudantes pelas suas naturais dificuldades monetárias e, principalmente, aos reformados para que estes não gastem o que lhes faz falta para comprar aqueles medicamentos, tão necessários para a manutenção da sua saúde e que não são comparticipados pela Segurança Social. Aqui está uma boa ajuda para muitas famílias que certamente deixará satisfeito o Ministro das Finanças, não só pelo seu alcance, dado o número de estudantes e reformados existentes no país mas, também pelo alívio que isso representa para o próximo orçamento.
Pena é que tal oferta não seja extensível a todos os desempregados, pois certamente o Pavilhão da Fil seria manifestamente insuficiente, pelo que seria inevitável que este evento se estendesse a todo o Parque das Nações provocando, desta feita, o aumento exponencial do negócio para todos os comerciantes da zona, contribuindo assim para ultrapassar os problemas com que se debatem e que nenhum orçamento resolve por mais bem intencionado que seja.
Ganha o país e acabamos por ganhar todos: - estudantes podem aprender uma série de coisas ao vivo, que só dura três dias, em vez da chatice virtual que seria a utilização do Magalhães na escola, quando eles têm o resto do ano para desfrutar das suas potencialidades, os reformados voltarão à sua juventude durante três dias, motivando que todas as consultas nos Centros de Saúde e nas Urgências dos hospitais fiquem aliviadas, permitindo acudir aos desempregados que por não terem beneficiado de entradas com desconto e que mesmo assim não as conseguiriam adquirir, poderão finalmente ter uma consulta rápida sem ter de ir para a porta do “posto” às 3,00 da madrugada e esperar 3 meses ou passar 8 horas nas urgências.
Convém desde já prevenir que se, por ventura, os vossos filhos faltarem à escola durante três dias ou os vossos avós, de repente, desaparecerem de casa, não se preocupem. – Já sabem onde os procurar e, entretanto, aproveitem e dêem um pulinho à festa, porque num país completamente despido e que mesmo assim não contribui para o aumento da nossa libido, pode ser que ali se consigam abstrair de todos os vossos problemas. E não se ofendam com a minha proposta pois que de um evento cultural se trata, caso contrário Sá Leão não teria convidado o Ministro da Cultura, nem o Correio da Manhã ofereceria entradas grátis através de um passatempo a realizar na próxima semana associando-se desta forma, ao momento único, deste que é já considerado o 3º maior salão depois de Barcelona e Berlim, tendo Barcelona demorado 12 anos a atingir o numero de visitantes de Lisboa, o que demonstra bem o muito que outros países têm a aprender connosco nesta matéria.
A crise não afecta o negócio do sexo, garantem os organizadores. E nem pode, digo eu, porque quanto maior a crise mais nos fornicamos uns aos outros, além de que o sexo ainda não paga imposto, até ver. Mas não me admira nada que com esta “teimosia” do governo nas novas tecnologias, não venhamos, no futuro, a ser “chipados” e aí acabasse uma das poucas coisas que não temos que declarar em sede de IRS.

sábado, 25 de outubro de 2008

QUE TAL ESTARÁ A SAUDE NA BANCA?

Acho que o país acaba de ficar boquiaberto com os noticiários da noite de todos os canais de televisão. Os bancos BPI, BES, BCP, CGD e Santander/TOTTA, acabam de manifestar a intenção de utilizar a garantia de 20 mil Milhões de euros dada pelo Estado e, para maior surpresa, o Governo congratula-se com a posição da banca.
Isto é estranho e para o português comum cheira mesmo a esturro, e veja-se porquê:
A banca em geral e os bancos citados, em particular, têm apregoado aos quatro ventos a boa saúde de que a banca goza, tendo vindo a afirmar com frequência que todos eles têm excesso de liquidez, com especial relevo para o BPI, que na pessoa do seu presidente Fernando Ulrich, hoje mesmo afirmou em directo no canal 1, ter este banco dinheiro a mais, emprestando-o a bancos nacionais e estrangeiros. Estranho, muito estranho!
Mas é ainda mais estranha a “satisfação” manifestada pelo governo, quando este devia era estar preocupado com esta possibilidade, uma vez que ela demonstra, iniludivelmente, que as coisas não estarão tão bem, como se pretendem fazer crer nas mensagens que o Ministro da Finanças não se cansa de repetir a cada momento.
Ou estaremos perante um bom negócio para todos os intervenientes? O Estado arrecada uma percentagem que ainda não está definida mas que, ao que tudo indica, é baixa e a banca adquire dinheiro a um preço agradavelmente barato para o colocar no mercado a um preço que todos nós já conhecemos.
E estranho ainda mais a celeridade com que a banca vem a terreiro colocar a possibilidade de utilizar esta garantia, não tendo sido tão célere a manifestar-se quanto a entrar ou não no fundo imobiliário, dito para “salvar as famílias em dificuldade”, com excepção da C.G.D. que, sendo maioritariamente estatal, tomou a dianteira, colocando-se no lugar da “lebre”, talvez para incentivar as outras instituições.
As regras de uma e outra situação parecem não estar ainda estabelecidas, mas uma coisa parece ser claro: - a garantia interessa e os bancos alinham. Quanto às casas, logo se vê se o negócio é rentável e só aí se pronunciam.
Uma coisa podemos ter todos como certo; - a banca não dá almoços de graça, por isso há aqui qualquer coisa que nos deve manter atentos, porque me parece que a crise em Portugal, não é bem como eles nos querem fazer crer!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

ESTADO DEVE 1.800 MILHÕES DE EUROS SÓ ÀS CONSTRUTORAS (FALTA O RESTO)

O MONTANTE ESTÁ REPARTIDO ENTRE A ADMINISTRAÇÃO CENTRAL E LOCAL.


O QUE SE DISSE É QUE: A dívida total do Estado às construtoras totaliza, no mínimo, 1.800 milhões de euros, um montante repartido entre a Administração Central e a Local.
Em declarações ao Jornal de Negócios, Reis Campos, presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (Fepicop), afirmou que as autarquias terão uma dívida entre os 900 e os mil milhões de euros, montante semelhante ao que é devido pela administração central.
“Há autarquias que nem sequer estão a emitir facturas neste momento”, afirmou Reis Campos, alertando para a pressão que isto coloca sobre as empresas numa altura de crise de crédito.
E O QUE EU DIGO É QUE: Dê o Estado as voltas que der nunca nos vai conseguir convencer ser uma pessoa de bem (aliás, nunca o foi). Em nome da transparência que sempre deve emergir da honestidade e que tanto nos diz defender, o Governo devia expor publicamente todos os seus “calotes”, sendo que este de que fala o artigo é somente a ponta do “iceberg”.
O Estado arroga-se o direito de publicar a lista dos contribuintes faltosos, (tipo do meu merceeiro que cola um papel na montra do estabelecimento com o nome dos devedores), mas esconde tudo quanto deve, e é muito, perdendo com esta atitude a moral de tal prática, devendo ser o primeiro a dar o exemplo, porque quem tem telhados de vidro....
Mas o mais grave é este governo ser um verdadeiro amigo da “onça” com o qual não se pode contar. No momento de crise que ora vivemos, é este mesmo governo que cobre até 20 mil milhões de euros todos os desaires da banca que se encheu à tripa forra e a quem se deve este calamitoso momento, mas que além de umas parcas ajudas ás pequenas e medias empresas, sem efeitos imediatos, contempladas neste orçamento, ainda se dá ao luxo de dever milhões e milhões de euros a uma considerável quantidade de empresas, que naturalmente enfrentam enormes dificuldades e cujo caminho, para muitas, será inevitavelmente a falência.
Gostava, antes de tudo, que honrar os seus compromissos a todos os níveis fosse a pedra de toque deste governo. O que já todos vimos que não é!
E que pudessem todos os credores do Estado, na mesma paridade de direitos, poder aplicar coimas, receber juros de mora e poder penhorar os seus bens…então sim, seria uma romaria!
É que à mulher de César não basta ser séria. Tem de parece-lo!!!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Teixeira dos Santos admite dificuldade em criar 150 mil empregos "in Diário Económico"

O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, reconheceu hoje que a meta de criar 150 mil postos de trabalho, avançada inicialmente pelo Governo de José Sócrates no início da legislatura, é difícil de atingir, mas relembrou que já foram criados 133 mil empregos e que só faltam 17 mil para alcançar o objectivo.
À margem da discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano, que está hoje a decorrer na Assembleia da República, Teixeira dos Santos disse que uma vez que só falta criar 17 mil empregos para atingir os 150 mil, não se pode dizer que com a actual conjuntura esta meta fique muito aquém do que foi estipulado.
O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Augusto Vieira da Silva, já tinha admitido as dificuldades em alcançar este objectivo.
E ALGUNS COMENTÁRIOS CURIOSOS........
de quem, efectivamente, vive no país real!
Tretas
E quantos já não estarão no desemprego, ou na miséria, por causa das medidas implementadas por este governo? Admitir, agora, numa altura de crise, é fácil. É um apelo ao perdão popular, como quem diz: "afinal não somos os culpados directos de não termos cumprido".Enfim! Desculpas da treta.
Francisco
REFORMAM-SE MILHARES DE PESSOAS POR ANO.FORAM DESPEDIDAS OUTRAS TANTAS.IMIGRARAM MILHARES. O SRºMINISTRO DIZ QUE FORAM CRIADOS 133 MIL POSTOS DE TRABALHO ? MAS A TAXA DE DESMPREGO NÃO DIMINUI E ATÉ ÀS ELEIÇÕES AINDA VAI HAVER MUITO DESPEDIMENTO.SÓ NO SECTOR AUTOMOVEL JÁ SE FALA EM 12.000.
Ferreira
Sinceramente! Penso ser necessário repensar a política e essencialmente a democracia.Nunca se viu tanta incompetência ,arrogância e mentira desde o 25 de Abril.Se este governo diz ter criado 133 mil empregos (?!..) só se foi à custa dos mais de 200 mil que directa ou indirectamente mandou para o desemprego e quiçá hospitais psiquiátricos e não poucos, certamente, para o cemitério.
Bernardo
Só o sector privado que está a criar empregos, não o estado, ainda menos o governo!!! Este ministro só pensa as receitas fiscais e a "imagem" de bom aluno perante a Europa. Esta equipa no poder gosta muito da comunicação e do "virtual", muito longe das realidades dos cidadãos...
Francisco José
MARAVILHA... E porque não diz o Sr. Ministro que por cada emprego que se cria (artificialmente ou não) há 4 pessoas que ficam desempregadas? Será que neste governo os governantes vivem mesmo em Portugal???
Zé Lagoia
Gostava de saber porque são contabilizados os postos de trabalho criados e sempre se esquecem, especialmente o 1º. Ministro, de dizer quantos se perderam. Eu quero é saber quantos postos de trabalho líquidos foram criados, porque tudo o resto é conversa da treta.
José Ferreira
Se foram criados os empregos que o governo apregoa, como é que há mais desempregados do que quando iniciou o mandato? Isto é que é rigor e transparência! Vale a pena voltar a votar no partido socialista.
Decidido
Não é mais possível ouvir este tipo de "comunicações". Não volto a votar. O nosso País corre não sei para onde, sinceramente. Estou descrente, consigo, sinto deveras este sentimento em mim. As desigualdades são cada vez mais nítidas. Os governantes de Portugal olham cada vez mais para os seus interesses e para os seus próximos bem como da satisfação dos seus compromissos em fomentar, manter e melhorar os "jobs for the boys". De facto temos muita família, muito povo, muita empresa com sérias dificuldades a contrastarem com as injustiças geradas pelo poder, pelos políticos. Não volto a votar mais.
Zé Cardoso
Entre o deve (empregos perdidos) e o haver (empregos criados), o Sr. "Teixeira dos Bancos" ainda um dia nos há-de provar que é sério e nos mostrará a grande diferença que existe infelizmente a favor dos empregos perdidos! Então se a taxa de desemprego é a mais alta das últimas décadas, só há uma conclusão a tirar: MENTIROSOS!
1143 Zamora
Isto nem parece um país, mais parece um sítio. A culpa não é só do governo Sócrates, mas também de todos os que lhe dão guarida na propaganda enganosa e repetitiva do produto.
Mário Bastos
Sim, concordo contigo Teixeira. Mete nesses dados que a emigração devido ao desemprego aumentou, e que a taxa de desemprego não se mantém muito mais alterada porque somos um país envelhecido com muito trabalho para as funerárias, e temos as portas abertas à mão de obra barata e desesperada que imigra todos os dias para o nosso país. A somar a tudo isto, esses empregos, criam outros desempregos. A democracia é isto; mentiras, aldrabices, corrupção, empobrecimento. Um país sem futuro?
E ASSIM VAMOS ANDANDO NESTE PAIS DO FAZ-DE-CONTA.

sábado, 18 de outubro de 2008

EMIDIO RANGEL E OS SEUS PASSES DE MÁGICA


Emídio Rangel poderá argumentar com mais esta minha investida que embirro com ele quando, na verdade, não é isso que se verifica. Não gosto mesmo dele. Ponto final!
Sou leitor atento da sua crónica “coisas do circo” porque, tal como o título sugere, as coisas do circo são quase sempre hilariantes, o que até nem é o caso. Penso que estas suas crónicas têm mais a ver com a “corda bamba”, arte que Emídio Rangel parece dominar muito bem.
No seu entendimento, em Portugal seria de todo impossível a oposição estar de acordo com o governo no combate à crise porque, «persiste no nossos país uma mentalidade tacanha e um jeito de fazer politica que em circunstancia alguma, nem mesmo quando os portugueses têm pela frente um cenário de horror, altera a equação das dificuldades por parte de uma oposição medíocre». E isto, disse-o a propósito de em Espanha, Zapatero e Rajoy, terem chegado a um acordo para um plano que visa fazer frente à crise económica. Esqueceu-se, porém, que Espanha não é Portugal, Zapatero não é Sócrates e nem Rajoy é comparável a Ferreira Leite.
E tece uns quantos considerandos sobre a posição do P.S.D. por este, antes da entrega do orçamento, ter manifestado uma série de dúvidas e ter afirmado que se o mesmo fosse numa determinada direcção não o apoiariam. São, obviamente, juízos de valor de Emídio Rangel, que como cidadão tem direito de os ter e de os manifestar, mas que deve cuidar, como cronista, de não ser descaradamente tendencioso e colar-se ao P.S. desta forma desabrida, tentando ser ao mesmo tempo ilusionista, tirando da cartola, não coelhos nem pombas, mas uma série de disparates a que não me disponho bater palmas. Que me faça rir, vá que não vá, mas que me tente iludir, isso não!
Eu, que até não me identifico com nenhum partido, sinto-me perfeitamente à vontade para falar de todos eles, manifestando o que de cada um penso ou dos seus dirigentes, mas fazendo-o, quando apoio alguma das suas acções, sem a mínima subserviência e também sem nenhum temor, quando os critico, de perder privilégios, o que não me parece ser o caso de Emídio Rangel.
Confesso que não gosto de Ferreira Leite, mas pergunto onde chega a educação de Emídio Rangel quando tem o arrojo de a apodar de múmia? Vai mais longe; - Considera o P.C.P. e o Bloco de Esquerda de ridículos e que «o que o que dizem o PCP e o BE não conta para nada, não produz resultado, não gera nenhuma consequência. Vale zero». Demonstra com esta sua posição a sua clara concepção de democracia, que bem ao estilo “socrático”, destila arrogância, fazendo lembrar os tempos do “orgulhosamente sós”.
E, depois, o resto da sua crónica é um sucedâneo da “Voz do dono”. Nada explica em concreto e o que diz é, por isso, inconsistente.
Devia ser mais claro quando afirma que «este orçamento retira o tapete debaixo dos pés às oposições sem ideias» e que esta opinião abalizada é, «referem os especialistas, uma grande arma do governo para enfrentar a crise económica”, não referindo o que considera a pobreza de ideias da oposição nem quais os especialistas que ombreiam com o governo neste orçamento. Sim, porque Emídio Rangel deve ser surdo ou anda distraído e não ouviu outras opiniões de economistas com créditos firmados e que não estão em consonância com muitos pontos deste mesmo orçamento.
E não diz Emídio Rangel que esta crise só veio beneficiar o PS e José Sócrates em tempo de eleições, porque serve inteiramente para escamotear a verdadeira situação em que o país já se encontrava ajustando-se que nem uma luva, aos intentos de quem pretende manter o poder a qualquer preço.
E onde vê Emídio Rangel que este orçamento esteja direccionado para ajudar as famílias na resolução dos seus problemas mais graves e as pequenas e as médias empresas, se os seus efeitos, discutíveis, só se repercutirão em 2010? E é que nem o Ministro das Finanças soube explicar muito bem, no programa da Judite de Sousa, como iria funcionar essa questão dos arrendamentos, pelo que a duvida subsiste sobre qual a parte de leão que caberá aos bancos nesta “ajuda” às famílias. O governo promete um barril de água quando tivermos morrido todos com sede, quando é hoje que precisamos de um copo para a saciar. E é tão revoltante que diga que o funcionalismo publico vai ter o maior aumento da década, esquecendo-se de referir há quantos anos esta classe sofre.
Como ousa dizer que este orçamento GARANTE o crescimento económico e afasta o fantasma da RECESSÃO se nada nem ninguém neste momento o consegue assegurar e ambos dependem de situações endógenas, que oxalá sejam superadas para bem de todos, e de situações exógenas, de cujos contornos ainda se lhes desconhece a amplitude e do seu evoluir dependerá o futuro?
Deixe-se de coisas do circo, que sempre nos soam a faz-de-conta, e centre-se na realidade deste país.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

D. ANTÓNIO MARTO, BISPO DE LEIRIA-FÁTIMA E A CRISE

Aparte eu ser agnóstico, respeito todas as correntes religiosas, logo a liberdade individual de cada um seguir a doutrina com que se sinta identificado.
E é por esse respeito, de que não prescindo, que acolho qualquer posição, venha ela de onde vier, desde que essa mesma posição vá no sentido da defesa da justiça e da verdade e vise alertar para os problemas pungentes da nossa sociedade.
É com base neste princípio que não posso deixar de destacar as palavras do Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, quando afirma que, «esta crise do sistema financeiro é resultado de uma crise de valores, de ausência de ética, transparência e justiça».
O Prelado, classificou, ainda, como «verdadeiros escândalos os sistemas de remuneração e gratificação de dirigentes de instituições financeiras que contribuíram para a crise» e adianta; «o mundo foi abalado como uma espécie de tsunami, com consequências humanas e económicas e pondo em causa a paz social» e prossegue, «as primeiras vitimas inocentes desta crise são os mais pobres e desfavorecidos». É sua opinião, que o sistema financeiro está «desligado da própria economia» e vive de «práticas especulativas» que «não deixarão o mundo como até agora».
As palavras de D. António Marto são uma lufada de ar fresco no meio do conservadorismo da Igreja Católica, que parece, por vezes, ter dificuldade de se adaptar aos novos tempos e às novas realidades, merecendo, por isso, este realce e espera-se que em todas as dioceses se leve com coragem estas e outras palavras em defesa dos desfavorecidos porque, para quem acredita no mistério da fé, elas bem poderiam ter sido as de Jesus Cristo.

domingo, 12 de outubro de 2008

AO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Senhor Presidente da República,
Apela Vª Ex.ª, e muito bem, à união de todos os portugueses para vencer as dificuldades com que o país se defronta, decorrente da crise financeira internacional, garantindo que essa é uma tarefa que nunca abandonará e, parece-me de todo consentâneo essa sua postura e preocupação, que se enquadra perfeitamente nas responsabilidades que lhe incubem como o mais alto dignitário da nação e nem outra coisa esperariam os portugueses, pudesse estar na ideia de Vª Ex.ª.
Contudo, terá a consciência de que tal propósito não é uma tarefa fácil, porque os portugueses estão demasiado cépticos e, ainda que pedida por Vª Ex.ª, as suas palavras não encontrarão eco em muitos sectores da vida nacional, não porque os portugueses não estejam preocupados. Estão e, naturalmente muito, mas o momento de crise que ora vivemos se bem que, salientando as devida proporções, é algo a que este povo já está habituado e sente na pele há muitos anos, pelo futuro sucessivamente adiado e comprometido por todos os governos pós 25 de Abril, governos, aliás, que Vª Ex.ª também chefiou.
Diz ainda que, «Como Presidente da Republica nunca ninguém me verá tentar dividir os portugueses mas sim apresentar bons exemplos para uni-los, para mobilizá-los» exortando à «responsabilidade de todos os agentes políticos» para que a mobilização e a união possa ser uma realidade.
Seria excelente que todos os portugueses, de uma vez por todas, se unissem, e não só porque Vª Ex.ª manifeste que nunca será o vector para a desunião. Isso representaria, sim, que este povo estava devidamente emancipado e não se deixaria arrastar pelas promessas fúteis dos políticos, que se sucedem descaradamente em tempo de eleições, numa verdadeira caça ao voto, sendo os programas partidários um contrato que os partidos estabelecem com o eleitorado mas que nunca cumprem, fazendo tábua rasa do que prometem em campanha, gozando de total impunidade pelo seu incumprimento.
Pode Vª Ex.ª, e deve, responsabilizar todos os agentes políticos, e se o conseguir verdadeiramente, o que duvido, já estará a apresentar bons exemplos para nos unir e mobilizar. Mas é preciso estar consciente que os portugueses há muito que estão divididos e a culpa é da baixa politica praticada tornando-nos, no presente, o pior país da Europa.
Teceu criticas sem especificar, «Aqueles que neste momento procurem dividir os portugueses só estão a criar dificuldades ao nosso desenvolvimento e à melhoria das condições de vida de todos», frisou, mas ainda que não tendo especificado Vª Ex.ª a quem se referia concretamente, uma coisa eu tenho quase como segura, é que Vª Ex.ª não se estava a referir à maioria dos portugueses, porque quem nos divide é a classe dominante que mesmo em tempo de crises, que eles próprios criam, continuam a viver na opulência enquanto o povo se vê a braços para satisfazer as suas necessidades mínimas, não o conseguindo muitas vezes. E Vª Ex.ª sabe-o muito bem e eles também!
Para Vª Ex.ª só com essa união Portugal tem possibilidade de «reencontrar a trajectória de aproximação» relativamente a outros países da União Europeia, «de que estamos afastados há demasiado tempo», salientou.
Suponho que a união que Vª Ex.ª preconiza neste momento de aflição, é a união entre ricos e pobres; é que sejamos ainda mais permissivos para nos sugarem o pouco que temos para gáudio dos que muito têm. Sim, porque esta crise que se instalou pela ganância desmedida do lucro fácil, só torna os ricos menos ricos mas coloca os pobres no limiar da miséria.
E quando a crise for ultrapassada, ouvirei a voz de Vª Ex.ª a instar o poder económico para ajudar a tirar do atoleiro este país e a ser mais justo na partilha da riqueza para com todos os portugueses a quem Vª Ex.ª pede neste momento para estarem unidos? Será esta a trajectória de aproximação a que Vª Ex.ª se refere?
É que o fosso que nos separa de outros países europeus, dos quais estamos afastados há muito tempo, como Vª EXª salienta, não é inocente. Tem a ver com as politicas desastrosas de quem tem tido a responsabilidade de nos governar e que o tem feito de forma alijada dos verdadeiros interesses nacionais, permitindo toda a sorte de descalabros que hoje nos colocam na cauda da Europa, sendo Portugal o país com os piores rácios em tudo o que é bom ou mau.
Vª Ex.ª classificou, e sabe bem do que fala, como «difíceis» estes momentos em que vivemos, que emerge da crise financeira internacional, tendo ainda observado, «é nestas situações que temos de confiar na nossa capacidade de vencer». Subscrevo essa preocupação como, de resto, penso que subscreverão todos os portugueses, mas isso não obsta a que todos nos interroguemos que futuro se vislumbra para este país depauperado em que o descrédito está instalado de tal forma, que se mostra difícil a necessária confiança na nossa capacidade de vencer, à qual Vª Ex.ª apela.
Além do mais para que necessitará o país e o governo da nossa confiança se, com ela ou sem ela, seremos sempre nós a pagarmos a crise?
Quando passar a turbulência, muitos dos políticos, que são uma estirpe de memória curta, que muito prometem e pouco cumprem e os banqueiros que hoje estão à beira da “miséria”, continuarão refastelados nos seus cadeirões partilhando do bolo que todos ajudámos a amassar mas que, no final, só nos ofertarão uma pequena fatia, esperando os primeiros que fiquemos calmos até às próximas eleições e, os segundos, que nos possam continuar a ter como clientes “preferidos”, obtendo lucros chorudos, até ser-mos de novo “chamados” para ajudar a debelar a próxima crise.
Não nos peça Vª Ex.ª, Sr. Presidente, para estarmos unidos ao governo e aos bancos. Peça ao governo e a banca, isso sim, para saírem do pedestal em que se encontram e virem cá abaixo ver o país real.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

EURIBOR SOBE APESAR DA DESCIDA DAS TAXAS DE JURO DO BANCO CENTRAL EUROPEU

09-Out-2008
Um dia depois de o Banco Central Europeu ter descido em 0,5% a taxa de juros directora que serve de referência para a Euribor, esta taxa acabou por subir, atingindo os 5,512% para as operações a um ano. A Euribor é fixada diariamente pela Federação Europeia de Bancos e constitui a principal referência para a concessão de crédito pelas entidades bancárias europeias, nomeadamente nos empréstimos para habitação.
Apesar da tentativa do Banco Central Europeu para descer as taxas de juro, que se traduziu, esta quarta feira, numa descida da sua taxa directora em meio ponto percentual (para 3,75%), a taxa Euribor, que serve de referência para os empréstimos bancários na zona-euro (em particular no crédito á habitação), acabou por manter a sua tendência de subida. A taxa Euribor é fixada diariamente pela Federação Europeia de Bancos, correspondendo ao valor médio das operações realizadas entre bancos. Normalmente, essa taxa varia no mesmo sentido das variações na taxa directora do Banco Central Europeu, o que desta vez não está a acontecer.
A descida da taxa de cedência de liquidez decidida pelo banco Central Europeu na quarta-feira foi acompanhada por descidas nas mesmas taxas pelo Banco de Inglaterra e pela reserva Federal norte-americana.
Apesar destas iniciativas, a taxa Euribor continua a sua tendência ascendente, agravando as dificuldades das famílias europeias para pagar os seus empréstimos.

OUTRA VISÃO DE COMO FUNCIONAM AS ACÇÕES - Enviada por e-mail por Nica Villa Real - Rio Grande do Sul - Brasil


Uma vez, num vilarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por €10 cada. Os aldeões sabendo que havia muitos macacos na região foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos. O homem comprou centenas de macacos por €10 e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça.
Então, o homem anunciou que agora pagaria €20 por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça.
Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para €25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por €50!
Entretanto, como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos macacos.
Na ausência do homem, seu assistente disse aos aldeões: "Olhe todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender por €35 a vocês e quando o homem retornar da cidade, vocês podem vender-lhe por €50 cada."
Os aldeões, espertos, pegaram todas as suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Eles nunca mais viram o homem ou seu assistente, somente macacos por todos os lados.
Agora você entendeu como funciona o mercado de ações...

O MERCADO DE ACÇÕES NUMA OUTRA VERSÃO - Enviada por E.mail por: Fernando A.A. Silva - Lisboa - Portugal

Estava-se no Outono e, os Indios de uma reserva americana perguntaram ao novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave. Tratando-se de um Chefe Indio mas da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, no entanto, para não correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.
Mas como também era um lider prático e preocupado, alguns dias depois teve uma ideia. Dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional e perguntou: "O próximo Inverno vai ser frio?" -"Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio" respondeu o meteorologista de serviço.
O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha. Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico: "Vai ser um Inverno muito frio?" "Sim," responderam novamente do outro lado, "O Inverno vai ser mesmo muito frio".
Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas. Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional: "Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?" "Absolutamente" respondeu o homem "Vai ser um dos Invernos mais frios de sempre."
"Como podem ter tanto a certeza?" perguntou o Chefe. O meteorologista respondeu "Os Indios estão a aprovisionar lenha que parecem uns doidos."
É assim que funciona o mercado de acções.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A CRISE ECONÓMICA NA OPINIÃO MUNDIAL

Entenda a crise financeira DE VERDADE
DESIQUILIBRIOS ESTRUTURAIS DO CAPITALISMO ACTUAL
06-Out-2008
A actual crise económico-financeira internacional insere-se no marco de um ciclo longo recessivo, do qual o capitalismo não conseguiu sair desde o seu início, em meados da década de 70 do século passado. Sem essa inserção, fica difícil a apreensão do carácter dessa crise, das consequências que pode produzir e do cenário que deve surgir depois dela.Por Emir Sader, publicado originalmente no Brasil de Fato.
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A DUPLA CRISE EUROPEIA: FINANCEIRA E DEMOCRÁTICA
07-Out-2008
A crise financeira atingiu a Europa, apesar dos discursos que, desde há um ano, pretendiam tranquilizar, mas que revelavam uma total cegueira sobre as suas causas e amplitude. A integração financeira atingiu um tal grau que todos os bancos e instituições financeiras foram envolvidos na bolha imobiliária e participaram na especulação sobre títulos hipotecários. A economia real é agora afectada, pois vários países membros da UE entraram em recessão. Artigo publicado por Attac França.
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DE ONDE SAIRÁ O DINHEIRO PARA SALVAR OS RICOS E OS BANCOS?
06-Out-2008
Uma das questões que mais chama a atenção dos cidadãos comuns é de onde vai sair ou de onde estão a sair as centenas e centenas de milhares de milhões de dólares que os bancos centrais e o tesouro norte-americano estão a pôr à disposição dos bancos. Artigo do economista Juan Torres López, publicado a 3 de Outubro de 2008 em Fundación Sistema
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PLANO PAULSON NÃO EVITA RECESSÃO NOS EUA
04-Out-2008
Para o economista James Galbraith, o plano de socorro nos EUA só empurra o problema para o próximo presidente. Para ele, "o que acontece aqui não é socialismo, mas um acto de tentar salvar um grupo de pessoas culpado de actos muito prejudiciais".
Por Sérgio Dávila, da Folha de S. Paulo , publicado no blogue Outra Política
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BOLSAS: MAIS UMA SEGUNDA FEIRA EM PÂNICO
06-Out-2008
As bolsas caíram drasticamente na segunda-feira em todo o mundo. Wall Street chegou a viver momentos de pânico, com uma queda de 8% no índice Dow Jones, mas recuperou um pouco e fechou com queda de 3,5%. Em Lisboa, o índice PSI 20 caiu 10%, a sua maior queda de sempre. As quedas na Europa - Londres caiu 7,8%; Frankfurt perdeu 7% Paris teve uma queda de 9% - reflectem o temor de novas falências no sistema bancário e também o receio dos impactos da crise financeira.
Na opinião de um estratega do Royal Bank of Canada, ouvido pelo New York Times, o plano de resgate "é uma solução de mais longo prazo; vai ajudar, quando as coisas acalmarem", disse. Mas para já, as coisas não estão nada calmas. Agora, o fogo parece estar fora de controlo."
As bolsas europeias caíram todas significativamente: em Londres o índice Footsie caiu 7,85%; o Dax na Alemanha caiu 7,07%; o Ibex em Espanha caiu 6,06%, o CAC-40 em França 9,04%, o Aex em Amsterdão 9,14%.
O índice europeu que abrange as 50 principais empresas europeias, o Stoxx50 baixou 7,41%.
O Banco Central Europeu fez nesta segunda-feira nova injecção de 50 mil milhões de dólares, tal como já tinha acontecido na sexta-feira passada.
A tendência de queda fez-se também sentir na Ásia com quedas superiores a 4%, tendência de queda que também se faz sentir em Nova Iorque.
Na Europa, os analistas apontam como razão imediata para as quedas os receios do impacto da crise financeira no continente europeu e igualmente o temor de falências no sistema bancário, perante o que se passou nos últimos dias com a necessidade de intervenção de diversos governos para salvar bancos como o Hypo Real Estate, o Fortis e o Dexia.
O governo alemão anunciou o "compromisso político" de garantir os depósitos nos bancos do país, enquanto a Dinamarca passou a garantir todos os depósitos integralmente e a Suécia decidiu aumentar de forma substancial as quantias seguradas.
Na semana passada, os governos da Irlanda e da Grécia já tinham anunciado garantias integrais aos depósitos.
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FMI PREVÊ PARA PORTUGAL ESTAGNAÇÃO E CRESCIMENTO DO DESEMPREGO
06-Out-2008
O FMI reviu em baixa as previsões para Portugal, apontando para a estagnação da economia e para o aumento do desemprego em 2009. As previsões daquela instituição apontam que o PIB de Portugal cresça em 2008 0,7% e que em 2009 apenas 0,6%, quanto ao desemprego as previsões do FMI apontam para 7,6% em 2008 e 7,8% em 2009. Em Julho passado as previsões do FMI apontavam para um crescimento do PIB de 1,3% em 2008 e 1% em 2009.
Em relatório tornado público na passada Sexta feira, o FMI prevê um agravamento da situação económica portuguesa. Além da estagnação económica, o FMI prevê ainda o agravamento do défice externo e o aumento do desemprego para 2009.
Segundo as previsões daquela instituição monetária internacional, o défice externo deverá aumentar. Em 2007 o défice da balança de transacções correntes deverá ter sido de cerca de 8,6% do PIB, deverá aumenta
r em 2008 para 10,7% e em 2009 para 11,4%.
No relatório os economistas do FMI alertam para as vulnerabilidades da banca portuguesa. Segundo eles, de acordo com a análise que fizeram às contas das empresas, o crédito mal parado das empresas poderá triplicar, afectando o sector financeiro. Os economistas do FMI salientam que os bancos "podem vir a precisar de reforçar as suas posições de capital" e que a dependência dos bancos portugueses em relação aos mercados internacionais pode aumentar os "riscos de liquidez".

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ORA AGORA FALAS TU, ORA AGORA FALO EU (4)

O QUE SE DISSE FOI QUE um toxicodependente entrou nas instalações da D.C.C.B. – Direcção Central de Combate ao Banditismo e, sem sequer saber onde se encontrava, furtou três computadores e duas pistolas que se encontravam numa gaveta. Tendo sido capturado passadas algumas horas por ter deixado pistas suficientes para levarem à sua rápida detenção, foi apresentado ao Juiz de Instrução Criminal que confirmou a sua prisão preventiva.

E O QUE EU DIGO É QUE por distracção, ou não, a verdade é que a D.C.C.B. foi assaltada e, de imediato, o que se poderia sacar desta ocorrência é não só a inexistência de um sistema de vigilância que dissuadisse possíveis assaltantes, mas também não haver, ao que parece, nenhum outro tipo de segurança pessoal, o que decerto evitaria esta situação ridícula e que dá para pensar. E dá para pensar não apenas pelo que disse até aqui, porque tendo a Policia Judiciaria considerado tratar-se de um crime qualificado, atendendo à natureza das instalações assaltadas, o toxicodependente foi apresentado ao Juiz de Instrução que decidiu a mais gravosa das medidas de coacção; - prisão preventiva até julgamento.
E não é esta medida que ponho em causa, nada disso, mas pergunto: - se é realmente gravoso assaltar as instalações da D.C.C.B, onde é praticado um delito sem existência de violência, não será muito mais grave um indivíduo matar outro, dentro de uma esquadra, também uma instalação policial, diante dos agentes de serviço, e o Juiz limitar-se à aplicação da coacção mais leve que é a de termo de identidade e residência?
Se não estou, nem de longe nem de perto, a questionar da justeza da medida que foi entendida pelo Juiz aplicar no caso da C.C.D.B., não posso evitar a estranheza da leve medida aplicada no outro caso e, com o maior respeito por todos os juízes e pelas suas decisões, não posso deixar de me interrogar se todas estas discrepâncias têm a ver somente com os novos Códigos Penal e do Processo Penal, do qual sou acérrimo defensor das alterações necessárias a uma melhor aplicação da justiça, mas se não terá havido aqui dois pesos e duas medidas, em dois casos só comparáveis quanto ao facto de ambas as acções terem ocorrido em instalações policiais, mas totalmente diferentes no desfecho, cuja gravidade não tem paralelo. Sendo totalmente adverso a qualquer acto delituoso não posso deixar de questionar, agora sim, como é possivel que seja mais penalizador um crime contra o património do que um crime contra a vida?

ORA AGORA FALAS TU, ORA AGORA FALO EU (3)

O QUE SE DISSE FOI QUE a União Europeia aguenta a banca Portuguesa. – As instituições financeiras nacionais, pediram à autoridade monetária, Banco Central Europeu, 5,5 mil milhões de euros no último ano, contra 234 milhões no ano anterior.
O BdP - Banco de Portugal, segundo o seu ultimo boletim estatístico, a cedência de liquidez à instituições financeiras que trabalham no nosso país subiu 23 vezes desde o principio do ano e, a verdade, é que os bancos portugueses já não conseguem viver sem ajuda de Jean Claude Trichet, presidente do B.C.E..

O QUE EU DIGO É QUE, escamoteando toda esta realidade e prosseguindo na senda de manter este país em “banho-maria”, José Sócrates veio aos meios de comunicação social, como sempre, com pezinhos de lã, «tranquilizar o país quanto às suas poupanças» (!?), afirmando mesmo que «o sistema financeiro português tem mostrado boa resistência e estar de boa saúde».
Mas o que o Primeiro-Ministro não disse, deliberadamente, também como sempre, é se Portugal está ou não minimamente preparado para minimizar os efeitos colaterais desta depressão, e as declarações do Ministro da Economia não auguram nada de bom nesse sentido, assim como não disse a que portugueses se dirigia com a suas demagogas palavras tranquilizadoras, porque para a maioria dos cidadãos deste país não foi, com certeza! - porque os portugueses estão cada vez mais pobres, não lhes chegando o dinheiro para (sobre)viver, quanto mais para aforrar.
Poderá, isso sim, ter tentando tranquilizar uns quantos privilegiados, e são mais que muitos, onde ele próprio se inclui, todos eles talvez mais assustados, porque a nós, a quem este e outros governos só faltou tirar a camisa já não temos razões para ficar em pânico. É que já estamos há muito tempo.
E Sócrates sabe muito bem não poder dar essa garantia de barato, porque só o evoluir da situação de crise nos Estados Unidos irá ditar, inevitavelmente, o que se irá passar no futuro próximo, com todas as consequências e repercussões nas economias mundiais. E em Portugal, que tem sido sempre o país do deixa andar, logo se vê, a economia não cresceu como nos restantes países europeus o que agora nos coloca numa posição de grandes dificuldades. Grandes de mais para que Sócrates venha tentar tapar o sol com uma peneira, só faltando afirmar que Portugal, com ou sem Alice, é mesmo o “País das Maravilhas