quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CARTA DE DIVÓRCIO


Querido,
Estou a escrever esta carta para dizer que te vou deixar para sempre. Fui uma boa mulher para ti durante sete anos e não tenho nada a provar. As duas semanas passadas foram um inferno, o teu chefe chamou-me para dizer que te tinhas demitido e isto foi a última gota.
Na semana passada, chegaste a casa e não notaste que eu tinha um novo penteado e tinha ido à manicura. Cozinhei a tua refeição preferida e até usei uma nova lingerie. Chegaste a casa, comeste em dois minutos e foste dormir depois de ver o jogo. Não me dizes que me amas, nunca mais fizemos sexo.Ou me estás a enganar ou já não me amas mais, seja qual for o caso,vou-te deixar.
A tua Ex-mulher
P.S - Se me quiseres encontrar, desiste. O teu IRMÃO e eu vamos viajar para as Bahamas e casar!
RESPOSTA
Querida ex-mulher.
Nada me fez mais feliz do que ler a tua carta. É verdade que estivemos casados durante sete anos, mas dizeres que foste uma boa mulher é exagerar. Vejo futebol para tentar não te ouvir a resmungar a toda a hora. Assim não valia a pena.
Realmente reparei que tinhas um novo penteado na semana passada, a primeira coisa que me veio à cabeça foi "Pareces um homem!". Mas a minha mãe sempre me disse para não dizer nada que não fosse bonito.
Quando cozinhaste a minha refeição preferida, deves ter confundido com a do MEU IRMÃO, porque deixei de comer porco há sete anos. Fui dormir porque reparei que a lingerie ainda tinha a etiqueta do preço. Rezei que fosse uma coincidência o meu irmão ter-me pedido emprestado 50,00EUR e a lingerie ter custado 49.99 EUR.
Depois de tudo isto, eu ainda te amava e senti que podíamos resolveros os nossos problemas. Assim, quando descobri que eu tinha ganho o Euromilhões, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para a Jamaica. Mas quando cheguei a casa já tinhas ido.
Tudo acontece por alguma razão. Espero que tenhas a vida que sempre sonhaste. O meu advogado disse-me que devido à carta que escreveste, não vais ter direito a nada. Portanto cuida-te.
Assinado:
Milionário e Solteiro

P.S. - Não sei se eu alguma vez te disse isto mas o Carlos, o meu irmão, nasceu Carla. Espero que isto não seja um problema.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

“ISALTINOS” SÃO TODOS; O ELEITO E OS SEUS ELEITORES


É por demais evidente que vou escrever algo que pode parecer a destempo, tomando em linha de conta que as autárquicas já foram mas, considerando um mandato de quatro anos (que quero acreditar que o sr. Isaltino não cumpra, assim funcione a justiça, coisa em que nem sequer acredito), não deixará de ter oportunidade o que pretendo expressar.
Disse o ainda presidente da Câmara de Oeiras, em entrevista ao suplemento do Publico, a revista “Publica” que; - «Eu próprio me questiono se votaria num cidadão condenado». É evidente que tal afirmação não pode evitar a minha repulsa, não só pela dúvida colocada de quem devia ter o decoro de não a proferir, por respeito a si mesmo e, mais ainda, pelos seus eleitores, porque a mesma denota uma falta de lealdade, possivelmente merecida, por todos os que nele votaram, parecendo orgulhar-se da sua vitória perfeitamente marginal e caucionada por um leque de eleitores de um concelho considerado de maior taxa de escolaridade do país.Mas não sendo, porque não quero acreditar, Oeiras o espelho do país, não sendo Isaltino um exemplo para ninguém nem a seguir, nem o elevado grau académico dos seus eleitores prova da imposição de seriedade que aos políticos deve ser exigida, só se pode concluir que Isaltino galhofa com todos eles, arrogando-se, na sua afirmação, a passar esta singela mensagem: EU NÃO VOTARIA EM MIM, CONFESSO, MAS SE FUI ELEITO A CULPA É VOSSA!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

CASAMENTOS GAY? NESTA QUESTÃO SOU TOTALMENTE ASSEXUADO!

Estou cada vez mais convencido que não há hospital psiquiátrico que nos possa valer porque já não me restam dúvidas que vivemos, literalmente, num país de insanos. Insanidade a que não estou imune, o que me permite debitar uns quantos disparates e ser desculpabilizado pela posições que assuma, tendo em conta o meu estado patológico, comummente, e infelizmente, partilhado por todos os meus concidadãos, parecendo ser uma fatalidade endémica da qual não nos livraremos facilmente. E se distendo esta apreciação, evocando todos os meus concidadãos, não passa de uma questão cultural, porque aprendi de muito pequenino que os malucos não o querem ser, nunca, sozinhos.
Isto para dizer o quê? Naturalmente para dizer aquilo que só aos doidos é permitido dizer, considerando a sua inimputabilidade em juízo. (O artigo 20º do CPP enuncia as condições segundo as quais a inimputabilidade é definida no actual Código Penal Português. O seu número 1 diz: “É inimputável quem, por força de uma anomalia psíquica, for incapaz, no momento da prática do facto, de avaliar a ilicitude deste ou de se determinar de acordo com essa avaliação”). Avaliado este artigo, e crendo que serei ilibado com base no mesmo, passo à questão:
Estando o país numa situação catastrófica no plano moral, judicial, económico, político e social não consigo entender como se gasta tempo de antena a escalpelizar esta questão tão simples (para mim que sou doido) do casamento entre homossexuais. Não alinho na hipocrisia de que este seja um assunto fracturante na sociedade portuguesa.
Ser livre é respeitar a liberdade dos outros quando ela não colida com a nossa liberdade, é por aí que me pauto, sendo que não me sinto (nenhum de nós tem esse direito) de restringir a liberdade individual. E, sinceramente, aparte a discordância que possam ter por esta minha opinião, somos realmente uma cambada de mentecaptos quando e se entrarmos neste conceito disparatado de que esse direito deve ser referendado.
Bolas, alguém sente o direito de mandar na vida de alguém naquilo que lhes é mais íntimo?
E onde estão os moralistas desta defesa exacerbada, eivada de falso pudor, para defender o colectivo. Aquilo que efectivamente nos deve preocupar: - que é a miséria, a fome, a pobreza, o desemprego, a corrupção, o laxismo, a justiça?
Estou mesmo cansado desta visão totalmente distorcida e malévola a que este povo se vem acomodando, aparando todas as golpadas em perfeito silencio, assobiando para o lado como se nada se passe, desculpabilizando (ou parecendo ser indiferente) a todo o tipo de atrocidades com que somos atingidos todos os dias, com grandes e graves reflexos nas nossa vidas, mas fazendo um cavalo de batalha se a Maria casa com a Maria ou o Manuel com o Manuel, como se isso contribua em alguma coisa para a nossa felicidade ou infelicidade. Mas só espero que me desculpem da assunção desta posição, porque ela emerge mais do meu estado mental do que da consciência que eu devia partilhar convosco, porque afronto gente de juízo que nada tem a ver comigo.

domingo, 15 de novembro de 2009

SOMOS UM PAÍS DE REFÉNS

Diga-se tudo o que se disser, faça-se o que se fizer tudo redunda numa verdade insofismável - vivemos desgraçadamente num país de reféns:
- Somos todos reféns de um governo que manipula o poder, utilizando-o à revelia do interesse nacional, aviltando bastas vezes a Constituição da Republica, sub-repticiamente, criando as maiores controvérsias entre os constitucionalistas, dando estes pareceres diversos sobre um documento que não devia deixar duvida. Por isso, tornando-os reféns de tibiezas de interpretação dos “estatutos” da III Republica, que muitos apadrinharam mas do qual, paradoxalmente, não estão muitas vezes de acordo.
- O Poder está refém do poder económico, vergando-se perante este e conluiando-se em jogos duvidosos de negociatas opacas, como se lhes tivéssemos passado uma procuração com poderes ilimitados, autorizando-os a agirem para lá do que constitucionalmente e legalmente lhes é permitido.
- Os deputados, são reféns dos partidos e impedidos, em nome da disciplina partidária, de agirem e votarem segundo a sua consciência. E isto mistifica a democracia, tornando-a num centro de interesses em que todos se digladiam em nome do povo, mas cujos resultados em termos de desenvolvimento e bem-estar dos portugueses está bem à vista.
- O Poder Judicial está de tal forma confuso que já não se consegue perceber quem está refém de quem. Que nuvens negras pairam há muito no horizonte, é verdade, que de vez em quando vão caindo uns chuviscos, também, mas será que algum dia choverá a sério para “lavar” este asfalto escorregadio e perigoso em que nos encontramos?
- Os ingleses arquivaram o Caso Freeport, não sei se por serem reféns do caso Maddie MacCann , se para nos tornarem reféns dos seus interesses, que no imediato bem poderia ser dar-mos um voto favorável ao sr. Tony Blair para Presidente do Conselho Europeu.
-As pequenas e médias empresas estão reféns de um governo que não lhes liga nenhuma mas que canaliza milhões e milhões de euros para a banca em nome da sustentabilidade da economia, para que esta obtenha em tempo de crise, pasme-se, 5 MM de euros por dia.
- Os trabalhadores são reféns do capitalismo selvagem, principalmente das multinacionais que beneficiam de uma serie de benesses para se instalar, mas que batem com a porta sem mais delongas, engrossando em cada dia que passa o número de desempregados.
- Somos reféns das associações patronais que entendem que um aumento de 25 euros do ordenado mínimo representaria a falência de muitas empresas (estamos a falar de 0.83 cêntimos/dia), num pobre país onde numa zona das mais atingidas pelo desemprego, uma marca de automóveis topo de gama vendeu, no primeiro semestre deste ano, o que tinha projectado vender no ano inteiro.
Enfim, poderia desfiar um rosário sem fim de tudo o que nos transforma em verdadeiros reféns mas, o que francamente me preocupa e cada vez mais, é que não sejamos capazes de dizer basta.
Antes do 25 de Abril era poucos os que tínhamos coragem de ir para a rua protestar e bem sabíamos como elas mordiam. Hoje, andamos totalmente nas nuvens e até acho que Salazar e o seu regime gostariam desta gente, pacífica e cordata, refém desta “coisa” a que chamam de democracia e em nome da qual nos vamos sujeitando a autênticas poucas vergonhas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O FUTURO ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS!

Enfermo cada vez mais desta indiferença que tende a generalizar-se para mal do país e, num sentido mais lato, da própria humanidade, em que cada um de nós, como indivíduos, e todos nós como cidadãos, nos abstraímos de forma incrível do nosso direito inalienável da prática da cidadania, como se os nossos destinos tenham de ser ditados por uns quantos, que idolatramos erradamente, só porque nos acomodamos cobardemente e não mexemos uma palha para impor o direito de ser felizes.
Vivemos entorpecidos o que considero uma profunda vergonha. Vergonha que não deveria substituir, de forma alguma, o orgulho da existência em moldes pragmáticos de nos respeitar mutuamente, conviver e ousar desafiar o estado calamitoso em que nos encontramos, mormente esta ideia cada vez mais incongruente de que os políticos nos fecundem descaradamente, perante a nossa estúpida impassibilidade.
É que a minha revolta chegou ao vómito; Casa Pia, Freeport, Cova da Beira, Universidade Independente, Operação Furacão, Caso dos Sobreiros, o Caso dos Submarinos, o BPN, o BPP e, até ver, o Caso face Oculta, envolvendo empresas publicas, pagas a peso de ouro com o nosso dinheiro, tais como: Refer, Ren, EDP, Galp e mais o que estará para surgir, acrescentando toda a panóplia de arbitrariedades como as concessões sem concurso publico, a liberalização do financiamento dos partidos, o desrespeito pelos pareceres do Tribunal de Contas. Este país está num verdadeiro caos e o grave de tudo isto é que a culpa é nossa.
Ou abrimos rapidamente a pestana e reagimos de forma séria e consciente, ou não consigo perscrutar outro futuro que não seja a “africanização” deste país, para gáudio de uns quantos que vivem à tripa forra com o nosso consentimento. E isto vai mesmo continuar assim, por tempo indeterminado, enquanto nós formos uns Merdas.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009


Esta é a ditosa pátria
minha amada. Não.
Nem é ditosa,
porque o não merece.
Nem minha amada,
porque é só madastra.
Nem pátria minha,
porque eu não mereço
a pouca sorte de ter nascido nela(...)

Jorge de Sena - A Portugal

sábado, 7 de novembro de 2009

BANALIDADES, OU NEM POR ISSO?

Sou um homem muito terra a terra.
Prefiro perder um amigo do que deixar de lhe dizer aquilo que sinto lealmente e costumo utilizar um provérbio árabe que diz: "Para seres meu amigo, terás de comer comigo uma tonelada de sal"
E as pessoas (leia-se amigos) que tenho aqui faz mesmo muitos anos... estavam convencidos que a idade me tinha amaciado na minha verticalidade, logo nesta maneira de ser real que não escondo... doa a quem doer...
Então, ainda há pouco à porta do restaurante estávamos um grande grupo que faziamos alas... ou seja, ficava um corredor... entretanto, um individuo que não conheciamos de lado nenhum... passou pelo meio, desucadamente (estou a falar de alguém para ai da minha idade)...e estavam ali muitos jovens...
Quando ele ia no meio do corredor (de pessoas sem dizer nada) questionei-o e perguntei-lhe: Não aprendeu as palavras mágicas que são, faz favor, com licença e desculpe?
O homem ficou estarrecido e os meus amigos boquiabertos... o senhor desfez-se em desculpas, redimiu-se e segue a vida dele...
Os meus amigos, os antigos, disseram-me; não mudáste nada, continuas igual a ti mesmo... os mais novos disseram que receberam uma grande lição.
Pronto e é isto. Um doido que continua na senda dos principios, da educação e da correcção destes desvios...
É por isso que sou um utópico.