segunda-feira, 30 de março de 2009

FREEPORT- ARQUIVAMENTO SIM, OU TALVEZ SIM!

Confesso que nada, mas mesmo nada do que se vai passando neste país, me causa já a menor estranheza. Não obsta, porém, que não sinta a maior repulsa pelos acontecimentos que despontam em catadupa e que são motivo bastante para que todos nós nos sintamos sinceramente envergonhados.
A eventualidade do arquivamento do processo Freeport parece estar cada vez mais na ordem do dia, a julgar pela frequente divulgação dessa possibilidade nos órgãos de comunicação e, como onde há fumo há fogo, vamos esperar pelo seu epílogo, que será certamente aquele que se vislumbra e que nos deixará, mais uma vez, nesta enorme duvida de como funciona a justiça em Portugal.
São públicas as denúncias do Sindicato dos Magistrados, sobre a pressão que vem sendo exercida sobre Vítor Magalhães e Paes Faria, reforçadas pelo novo presidente do sindicato, João Palma, que considera as «incomportáveis pressões» feitas sobre os titulares do caso, admitindo mesmo levar o caso ao Presidente da Republica.
Entretanto, os investigadores, manifestam que só arquivarão o processo com ordens escritas da hierarquia, ou seja, da procuradora Cândida Almeida e do procurador-geral da Republica, Pinto Monteiro.
E parece que ninguém se entende neste caso (ou até entende e só nós, como sempre, é que não entendemos).
A tese do arquivamento que tem vindo a ser defendida que, para mal da democracia, da transparência da justiça e da honra, tudo indica, será o desfecho deste caso, a exemplo de tantos outros que escapam ao entendimento do cidadão comum, é contrariada pelos investigadores da Policia Judiciária de Setúbal, dado que é convicção destes a necessidade de aprofundar o caso, mormente na pista do dinheiro. Existem elementos por informação da banca que implicam o premente esclarecimento das actividades de uma empresa, na qual a mãe de José Sócrates é uma das fundadoras, conjuntamente com José Paulo Bernardo Pinto de Sousa, primo do primeiro-ministro, e um cidadão inglês de origem indiana, Matt Merzougui.
Os Contornos deste caso são por demais dúbios para que não se justifique o seu previsível arquivamento, pelo que se espera que a justiça funcione e que o final deste filme não seja á boa maneira do “Farwest”, em que o “rapaz” morre e a “rapariga” casa com o cavalo!

sábado, 28 de março de 2009

domingo, 22 de março de 2009

SÓCRATES E O POVO....DIFERENTES MARATONAS!

Num país em que todo o povo se tem vindo a confrontar com grandes maratonas, nomeadamente a da crise que, por arrastamento, o obriga a uma série de tantas outras; - a da miséria, a do endividamento, a do desemprego, a do trabalho precário e um sem fim de outras, bem fica a José Sócrates que tenha corrido na Mini Maratona de Lisboa, se bem que, neste como noutros casos, e segundo a sua opinião, o número dos 35.000 participantes não seja relevante, estando por mim afastada totalmente a opinião de que tenham participado por manipulação do PS ou de sua Exª o Primeiro-ministro. Correram porque lhes apeteceu e ponto final.
Grave é esta paridade que realça das afirmações de José Sócrates: - ele confessa que este é um exercício excelente para perder «algumas calorias como num debate mensal» na Assembleia da Republica, que concluir os 7.200 metros é óptimo «remédio para aliviar o stress da política», que «é uma belíssima forma de começar o dia» e que não está «em grande forma» nem realizou qualquer preparação para a mini-maratona. Mas, ao contrário de Sócrates, e não falo só das 35.000 pessoas que hoje ombrearam com ele, mas de todo um país, este povo corre o risco de já não ter calorias para queimar, que está cada vez mais impossibilitado de aliviar o stress, não da politica mas por causa da politica e para o qual a distancia do bem-estar não é aferida em metros, ao contrário de Sócrates, mas em tempo; - dias, meses e anos de sofrimento e esperança sempre adiada. E nenhum português terá hoje alento para dizer que correr é uma belíssima forma de começar o dia, porque está por demais habituado a correr: para os transportes públicos, para o trabalho, para as repartições de finanças, para os médicos de família que a maioria não tem, para os centros de emprego e para um sem fim de coisas que o dia-a-dia lhe impõe e que implica que, ao contrário do sr. Primeiro-ministro, esteja realmente “em forma” e obrigado a estar “preparado”, não para esta brincadeira das mini-maratonas a que Sócrates se disponibiliza pelo seu mediatismo, mas pela Mega-Maratona que é viver neste país, andando à correr há muitos anos e à toa e sem META à vista.
Que Sócrates continue a correr será uma alegria para todos nós. Mas, já agora, que o faça no Alasca e que só apareça daqui a uns anos, depois de contar todos os pinguins!

Assim vai isto...

sábado, 21 de março de 2009

VITAL MOREIRA - VENERANDO E OBRIGADO!

O QUE ELE DISSE:
O jurista Vital Moreira, cabeça de lista do PS às próximas eleições para o Parlamento Europeu, considera “insane” o bloqueio no processo de substituição do provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues.“Considero extraordinário que, num país como o nosso, pessoas da craveira de Rui Alarcão, Freitas do Amaral, António Arnaut e, agora, Jorge Miranda, nem sequer um deles seja considerado adequado”, disse Vital Moreira hoje, em Coimbra, à margem da apresentação da sua candidatura às eleições europeias.“É tão inacreditável, que acho que alguém deve ter ensandecido”, afirmou. “Há algo de “insane” nessa situação.”O jurista Vital Moreira, cabeça de lista do PS às próximas eleições para o Parlamento Europeu, considera “insane” o bloqueio no processo de substituição do provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues.“Considero extraordinário que, num país como o nosso, pessoas da craveira de Rui Alarcão, Freitas do Amaral, António Arnaut e, agora, Jorge Miranda, nem sequer um deles seja considerado adequado”, disse Vital Moreira hoje, em Coimbra, à margem da apresentação da sua candidatura às eleições europeias.“É tão inacreditável, que acho que alguém deve ter ensandecido”, afirmou. “Há algo de “insane” nessa situação.”

O QUE EU DIGO:

Vital Moreira não estará ensandecido mas, o que parece não fazer restar dúvidas é de que está "embevecido" pelo PS. Só assim se justifica que faça apologia da posição do PS nesta matéria, abstraindo-se desta realidade; independente da vergonha que representa a morosidade da nomeação de novo Provedor de Justiça, parece não ter entendido que o braço-de-ferro entre os dois maiores partidos não se deve, naturalmente, a que os propostos não sejam pessoas de craveira (salvo algumas dúvidas pontuais que tenho). Do que se trata é da avidez da partilha das instituições de que ambos não querem abrir mão, mas que o PS não quer abdicar de maneira nenhuma para poder exercer o total controlo das mesmas. Esta atitude predadora é um escândalo e não me venha para cá Vital Moreira com a sua dota sabedoria fazer-me crer que o PS tem razão. Não seja tão reverente a Sócrates e cumpra o seu papel no Parlamento Europeu e bem, como se espera, e já lhe fica a dever uma!

sexta-feira, 20 de março de 2009

RDP E RTP DOS TEMPOS DA OUTRA SENHORA!!!

Torna-se um tanto dificil encontrar um rumo para este país, quando se constata que grande parte deste povo ainda vive literalmente com a mentalidade de antanho. Como é possivel que hajam tantos voluntários predispostos a aceitar atropelos descarados à própria constituição e se deixem "acorrentar" por esta tendência cada vez mais evidente da subversão dos direitos, liberdades e garantias. Não tenho partido, mas não posso minimizar o impacto de 200.000 pessoas na rua e começo a ficar preocupado com a apatia de uns quantos e a palermice de outros tantos..... Realmente, se perante todas estas arbitrariedades este povo não se manisfestar rápidamente e de forma convincente, a esperança que já está moribunda, morrerá de vez e com ela este país!!!!


PARECER CONJUNTO DOS PROVEDORES DO TELESPECTADOR E DO OUVINTE DA RTP

Os provedores do Telespectador e do Ouvinte da Rádio e Televisão de Portugal, confrontados com a promoção da Antena 1, neste momento em difusão na RTP, particularmente com um spot que alude a efeitos de uma manifestação no trânsito, consideram seu dever tomar a seguinte posição:

O conteúdo desse spot veicula uma mensagem de tom antidemocrático, violadora de um direito constitucional;
Dado o teor publicitário da campanha, os provedores olham com a maior reserva para a respectiva interpretação por um jornalista profissional;
Em diferentes intervenções internas e externas, os dois provedores têm-se manifestado favoráveis ao aproveitamento das sinergias promocionais resultantes da fusão da RDP e da RTP;
Da aludida promoção publicitária, contudo, os provedores não têm dúvidas de que resultam feridos princípios e direitos que devem ser superiormente respeitados, em especial por operadores com o estatuto de serviço público.

Nestes termos, os provedores do Telespectador e do Ouvinte são de parecer de que o spot publicitário em causa deve ser imediatamente retirado.

O Provedor do Telespectador
José Manuel Paquete de Oliveira

O Provedor do Ouvinte
Adelino Gomes

Lisboa, 20.3.2009

quinta-feira, 19 de março de 2009

ATÉ PARECE QUE EÇA ESCREVEU ISTO ONTEM!

ORDINARIAMENTE” todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão as faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País vergado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha. Será possível conservar a sua independência?”

Eça de Queiroz, in “Distrito de Évora” - (1867)

ESSA É QUE É EÇA...HOJE, TAL COMO ONTEM!

"Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações. A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva. À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade."
Eça de Queiroz, in "Distrito de Évora" - (1867)

RAZÃO TINHA EÇA DE QUEIROZ!!!



«Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.»


«Este governo não cairá porque não é um edificio. Sairá com benzina porqué é uma nódoa!»

IRS 2008- ACTUALIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPENDENTES

Aviso que recebi do meu contabilista:

IRS 2008
Atenção à actualização da relação de dependentes

Já actualizou sua lista de dependentes do IRS ? Não?

Então pode copiar:
DECLARAÇÃO ANUAL DE RENDIMENTOS - IRS
(Por definição, são dependentes, todos aqueles que SOMOS OBRIGADOS, POR LEI, A SUSTENTAR)
RELAÇÃO DOS NOSSOS DEPENDENTES:
01) Presidência da República e assessores;
02) Governo e assessores (até mesmo os familiares nomeados por clientelismo político);
03) Câmara Municipal de ... e assessores, (até mesmo os familiares nomeados pelo mais puro nepotismo, quer pessoal, quer político); (idem) ; Há Municípios onde trabalha a família toda do Presidente e do seu Vice, bem como antigos opositores.....
04) EPAL (consumos mínimos);
05) EDP (consumos mínimos);
06) TELECOM; TMN; etc.
07) Gás de Portugal (consumos mínimos);
08) Beneficiárias da taxa de saneamento básico (recolha de lixo, etc);
09) Centros de inspecção de veículos;
10) Companhias seguradoras (seguro automóvel obrigatório);
11) BRISA - Portagens;
12) Concessionárias de parques e estacionamento automóvel;
13) Concessionárias de terminais aeroportuárias e rodoviários;
14) Instituições financeiras - Taxas de administração e manutenção de contas correntes, renovação anual de cartões, requisição de talões de cheque etc.;
15) Mais de 250 deputados da Assembleia da República, com os respectivos ESQUEMAS de apoio.
16) BPN, BPP e demais esquemas de enriquecimento fácil de administradores e gestores cleptomaníacos a que o estado entrega os impostos que pago, para evitar o alarme social e financeiro.
Tenho a certeza de que me esqueci de um monte deles ...Se se lembrar de mais algum é só acrescentar!

quinta-feira, 12 de março de 2009

MANUEL ALEGRE QUE SE DEFINA PORQUE A ROSA ESTÁ MURCHA!

Interrogava eu, num artigo publicado neste blog em 15 de Dezembro passado; - Fórum das esquerdas – E agora, Manuel Alegre? Convenci-me que a resposta surgiria com alguma celeridade, porquanto tudo parecia apontar no sentido, acreditando na coerência de Alegre, de a sua posição representar o embrião de uma força política emergente.
Bastou que tenham decorrido apenas três meses para me dispensar de lhe repetir a pergunta e passar a ser reticente face ao que nesse dia acreditei ser a possibilidade mais credível em conformidade com a sua postura; - a de Alegre se assumir como um vector de esperança e alternativa nas próximas legislativas, dando um fulgor à forma de fazer política em Portugal, granjeando os votos de milhares de portugueses que não se revendo neste PS, hoje transformado num verdadeiro ninho de víboras, poderão votar Em Sócrates com a ideia de que este poderá ser um mal menor, uma vez que estando a oposição à sua direita tão descredibilizada, não lhes restará outra alternativa.
Tem-me merecido respeito e admiração a coragem colocada pelo chamado grupo de “Manuel Alegre” na Assembleia da Republica, que tem sabido contrariar a hegemonia desta maioria subserviente e oportunista que, submetendo-se à disciplina de voto, tem assentido na aprovação de legislação contrária aos reais interesses da nação, permitindo a este governo, ainda que com a legitimidade que a mesma maioria lhe confere, ter praticado nestes quatro anos uma verdadeira política de direita, encabeçado por um Primeiro-ministro assaz prepotente, praticante confesso do culto da personalidade e seguido por meia dúzia de fiéis servidores, conscientes dos papeis que desempenham, que esperam o justo reconhecimento do chefe, traduzido em lugares de excelência em qualquer conselho de administração ou outros lugares no aparelho de estado que são sempre disputados entre si, dado que estes serão o trampolim para seu futuro fora da politica. O resto dos deputados são fantasmas cuja existência é meramente numérica e só contam para votar, na maior parte das vezes de cruz, não se consubstanciando esses mesmos votos segundo a sua consciência, sendo verdadeiros anónimos para o eleitorado e passando legislaturas inteiras sem fazerem uma única intervenção.
Manuel Alegre, pelos sinais dados, deixou-me a convicção de que seria portador de uma nova esperança e que, não podendo, e de certeza que não pode, renovar o PS, falaria mais alto a sua honra e princípios democráticos e tomaria uma atitude que muitos portugueses têm aguardado desesperadamente.
Se não foi ao congresso, para gáudio dos seus detractores, incluindo Sócrates, se não aceitou qualquer lugar nos órgãos partidários e se manifesta publicamente que concorreria se eventualmente fosse permitido fazê-lo como independente e, se depois de tudo isto, não toma uma atitude que dele se esperava, então Alegre deve estar muito baralhado e está a baralhar-nos.
Para constituir um partido serão necessárias 7.500 assinaturas que Manuel Alegre não terá qualquer dificuldade em conseguir. Compreendo que possa estar apreensivo com o espectro do PRD mas terá de admitir, que ponderados todos riscos, talvez mereça a pena. Além do mais provará a sua indelével honestidade em não pactuar com o que colide com os seus princípios e, a ser este empreendimento um fracasso, que sinceramente afasto, ele nunca seria um fracasso pessoal, senão de todos os portugueses sinceramente democratas.