segunda-feira, 13 de outubro de 2008

D. ANTÓNIO MARTO, BISPO DE LEIRIA-FÁTIMA E A CRISE

Aparte eu ser agnóstico, respeito todas as correntes religiosas, logo a liberdade individual de cada um seguir a doutrina com que se sinta identificado.
E é por esse respeito, de que não prescindo, que acolho qualquer posição, venha ela de onde vier, desde que essa mesma posição vá no sentido da defesa da justiça e da verdade e vise alertar para os problemas pungentes da nossa sociedade.
É com base neste princípio que não posso deixar de destacar as palavras do Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, quando afirma que, «esta crise do sistema financeiro é resultado de uma crise de valores, de ausência de ética, transparência e justiça».
O Prelado, classificou, ainda, como «verdadeiros escândalos os sistemas de remuneração e gratificação de dirigentes de instituições financeiras que contribuíram para a crise» e adianta; «o mundo foi abalado como uma espécie de tsunami, com consequências humanas e económicas e pondo em causa a paz social» e prossegue, «as primeiras vitimas inocentes desta crise são os mais pobres e desfavorecidos». É sua opinião, que o sistema financeiro está «desligado da própria economia» e vive de «práticas especulativas» que «não deixarão o mundo como até agora».
As palavras de D. António Marto são uma lufada de ar fresco no meio do conservadorismo da Igreja Católica, que parece, por vezes, ter dificuldade de se adaptar aos novos tempos e às novas realidades, merecendo, por isso, este realce e espera-se que em todas as dioceses se leve com coragem estas e outras palavras em defesa dos desfavorecidos porque, para quem acredita no mistério da fé, elas bem poderiam ter sido as de Jesus Cristo.

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