quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A LIBERDADE INDIVIDUAL NÃO SE QUESTIONA. O BEM-ESTAR COLECTIVO, SIM!

Quando muita gente tem afirmado por aí que este não é o momento oportuno para discutir sobre o casamento dos homossexuais, quando o país se vê confrontado com uma grave crise e que, isso sim, é nisso que este governo devia centrar as suas atenções, ao contrário desses “iluminados”, tenho uma opinião divergente. E uma opinião que é diversa, não porque esta crise não me preocupe; - preocupa e muito, mas se o Partido Socialista, tardiamente e num verdadeiro oportunismo eleitoral entendeu fazer agora desta causa uma das suas bandeiras, acho que o assunto deve ser motivo de uma ampla reflexão que conduza ao desmascarar das “nobres” intenções do PS mas, simultaneamente, e isso é mais relevante, a que se entenda de uma vez por todas que não cabe a nenhum de nós, individual ou colectivamente, questionar, diminuir e muito menos impedir, a liberdade da pessoa humana.
Bem pode José Sócrates vestir agora a capa de arauto desta cruzada, num verdadeiro acto de contorcionismo a que infelizmente nos tem vindo a habituar, apresentando uma moção onde um dos pontos a destacar se prende com a revisão da legislação. O Primeiro-ministro defende a igualdade de direitos, o combate à descriminação e a remoção de todas as barreiras legislativas que impedem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, quando duas propostas de legalização, subscritas pelo Bloco de Esquerda e Os Verdes foram chumbadas com votos da maioria dos deputados do PS. Os socialistas recuaram em relação ao compromisso de apresentar a proposta no programa eleitoral de 2009 e impuseram uma contestada disciplina de voto sobre esta matéria, pelo que não deixa de ser curioso e de referir a sua disposição, para vir agora tirar da cartola mais esta brilhante “ideia programática” do PS.
E posta de forma sintética aquilo que penso de José Sócrates e do Partido Socialista sobre esta matéria, abordo agora a principal razão que me levou a escrever sobre tão controverso assunto: -
Sou obrigado, por força das circunstâncias, a compreender o melindre deste tema, tomando em linha de conta a sociedade conservadora em que vivemos. E não estou com esta minha posição a subverter os princípios nem os valores, porque a eles estou deveras arreigado e apesar de muitos se estarem a esboroar debaixo dos nossos narizes, e perante a nossa total indiferença, é costume inquinado deste povo preocupar-se com aquilo que é acessório, descuidando aquilo que é infinitamente importante.
Como nos perturbamos com o justo e indiscutível direito de cada um ser igual a si próprio, de poder decidir sobre os seus rumos e destinos interpessoais, sem que se interferira em nome da moral, adensando o estigma que se tem distendido por demasiado tempo, parecendo ter-mos pelo homossexualismo o receio de “contágio”, sendo aconselhável resguarda-los no seu “canto”, tal como se procedia com os leprosos, os tuberculosos e outros portadores de doenças infecto-contagiosas.
E não pode ser entendível que todos, ou quase todos, os detractores deste inalienável direito digam publicamente de que o que se trata não é de marginalizar uma minoria parecendo esquecer que, de certa forma, esta já o está desde sempre. O que ela reclama é realmente a abolição da diferença que lhes tem sido imposta e se, a maioria dos que a compõem, são elementos com as suas vidas organizadas, trabalhadores e contribuintes, mesclados e respeitados nos vários patamares sociais e laborais, portanto, cidadãos que não se distinguem de nenhuns outros. Caber-nos-á em consciência o direito de assentir que lhes caibam todos os deveres, mas coarctando-lhes, talvez de todos o mais importante, que é o de poderem viver livre e legalmente o casamento civil que tanto almejam e que, por ventura, complementará as suas felicidades? Sim, porque a felicidade de cada um de nós, seja homossexual ou heterossexual, não pode nem deve ser aferida a bel-prazer de cada um ou mesmo de todos os que se arrojam de “normais”, tendo como base modelos sociais estereotipados que detêm como correctos e intangíveis.
Reitero que é costume inquinado deste povo preocupar-se com aquilo que é acessório, descuidando aquilo que é infinitamente importante. E não digo isto porque considere que o assunto sobre o qual me debruço hoje não seja central; - é com certeza e de muito fácil solução. Assim se pudessem resolver os inúmeros problemas de que enferma a nossa sociedade, cuja malignidade está muito para além de um mero acto legislativo e de uma aceitação racional de uma inevitabilidade natural que requer inteligência e que, portanto, deve ser enfrentada sem dramas.
Dramático é mesmo tudo o resto: - A crise, o estudo aprofundado da sua causa e as grandes soluções que ela exige; - as suas consequências sociais, como o desemprego acelerado e tantas as vezes selvagem, a miséria crescente e o depauperamento das famílias, que são os pilares basilares da sociedade; - a saúde, a educação e a justiça, cada uma delas pior do que a outra; - a protecção na infância e na velhice, ambas cada vez mais desprotegidas, numa total indiferença e desrespeito pelos que serão o futuro e por aqueles foram o nosso passado. É com este estado de coisas que nos devemos preocupar. É para alterar este estado de coisas que devemos unir as nossas forças e erguer as nossas vozes.
É isto que verdadeiramente nos deve de incomodar, acrescentando a este rol tão vasto, a escalada cada vez maior da corrupção, do crime, do laxismo, do compadrio e da politiquice brejeira, que cada vez mais vai grassando neste país, tornando-o cada vez mais débil e infernal. É que bem comparado com tudo isto, o casamento de pessoas do mesmo sexo não passa realmente de trocos e não vai influir coisa nenhuma no mal-estar deste povo. Mau é não passarmos da cepa torta e andarmos neste rega-bofe há mais de trinta anos, sem solução à vista, enquanto tivermos de suportar estes governantes, que tão maus exemplos nos têm dado em matéria de democracia.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

AUGUSTO DOS SANTOS SILVA - ONDE MALHA UM PORTUGUÊS, MALHAM DOIS OU TRÊS!

Hoje é um daqueles dias, vá-se lá saber porquê, que acordei virado do avesso e com uma enorme vontade de MALHAR. Não na eira, ou no eirado, onde se fazem as desfolhadas: que fiquem tranquilas as massarocas de milho.
Refiro-me mesmo a malhar (bater, contundir, macetar, sovar, surrar, espancar, martelar) e não me foi nada difícil escolher um alvo para esta minha má disposição, que até nem é biliar. – E como penso que dá sempre maior prazer malhar noutro atrevido malhador, o Ministro dos Assuntos Parlamentares, tornou-se assim preferencialmente a minha “vítima”, palavra que cuido de colocar entre aspas, não vá o diabo tecê-las e ser acusado de ser mais um dos intervenientes que Augusto Santos Silva aponta como causadores (ipsis verbis), de “estar em curso mais uma tentativa de assassinato político e moral”.
Augusto Santos Silva cansa-se e cansa-nos com, as por ele denominadas, “campanhas” contra o Partido Socialista: - a cabala da Casa Pia em 2003, a campanha negra de 2005 e agora com os poderes ocultos de 2009.
- Até hoje ainda não foi cabalmente explicado como é que no dia 13 de Fevereiro de 1992 aparecem na Assembleia da Republica duas cópias sobre as suas habilitações literárias e profissionais de José Sócrates, cada uma delas com informação distinta e, aparentemente, preenchidas pela sua mão e com a sua letra.
- José Sócrates licenciou-se em engenharia civil a 8 de Setembro de 1996, a um DOMINGO, com exames feitos pelo professor António Morais, seu amigo e membro do PS.
- A 31 de Outubro de 2007, a Universidade Independente (Unl) é encerrada compulsivamente por despacho do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago por «manifesta degradação pedagógica»
- Já em 2009, o Ministério Publico proferiu acusação contra 23 pessoas singulares e três pessoas colectivas, no âmbito do caso “Independente”, tendo estes sido constituídos arguidos e acusados de crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, burla qualificada e corrupção activa/passiva, corrupção no sector privado, branqueamento de capitais e recepção ilícita de depósitos.
É que sendo esta uma péssima situação para os visados, também o será para José Sócrates porque, e já é azar que baste, onde vai aparecendo uns casos dúbios lá aparece o seu nome na berlinda.
- Podendo parecer de menor importância, que não é, no dia 13 de Maio de 2008, José Sócrates fuma despreocupadamente num avião, em contravenção com a lei em vigor, lei essa legislada pelo Governo que chefia e interessando referir que já antes da sua promulgação, não era permitido fumar a bordo de aeronaves. Mais grave que tudo isto e usufruindo de uma benesse que não teria um vulgar cidadão: - NÃO PAGOU MULTA!
- Hoje, em manchete no “Correio da Manhã”, é de novo noticia - “Casas de Sócrates na Judiciária” e onde se colocam algumas questões sobre os polémicos projectos assinados por José Sócrates no concelho da Guarda na década de 80, que vão ser investigadas pela PJ e pelo Ministério Publico, «na sequência de um relatório elaborado por 5 funcionários daquela autarquia que não conseguiram encontrar qualquer tratamento de favor nos projectos assinados por José Sócrates e aprovados pelo executivo camarário, então como hoje, dominado pelo Partido Socialista», escreve aquele matutino. «Mesmo nos casos em que os processos tinham pareceres desfavoráveis de várias entidades regionais ou até embargos da autarquia, bastava que o engenheiro responsável fosse José Sócrates, então a trabalhar na câmara da Covilhã, para os projectos serem aprovados em tempo recorde», acrescenta o mesmo diário».
Malho em Augusto dos Santos Silva para que ele se explique quem afinal fomenta a “Campanha Negra”.
- O Presidente da Câmara Municipal da Guarda, Joaquim Valente, também este colega de “curso” de Sócrates na Universidade Independente e, como se consta, autor de um dos projectos que Sócrates assinou, arquivou um inquérito feito a este caso por uma comissão “independente” feita por funcionários da própria autarquia, que não detectou nenhumas irregularidades, quando os prazos médios para aprovação de projectos são de meses e, nos de Sócrates, o prazo mais longo foi de oito dias e o mais curto de um dia. Isto, apesar da existência de processos de embargo e pareceres negativos da Direcção Regional de Agricultura.
Para culminar toda esta “conspiração” e como se não lhe bastasse todos estes pequenos pavios para o incomodar, tem um tio que lhe diz que “alguém” quer 4 milhões € de luvas e Sócrates, ao invés de ter um procedimento que seria normal, apresentado queixa e denunciando de imediato a situação, talvez porque o deva ter considerado de “nula” importância, até se esqueceu que o seu tio lhe tinha falado no assunto.
Sobre o caso “Freeport”, por enquanto e até novas notícias relevantes, já disse o que tinha a dizer neste blog, mas não venham com ar de anjos redentores, dizer Augusto dos Santos Silva e outros apaniguados, que para provar a inocência de Sócrates é bastante que a procuradora Cândida Almeida tenha afirmado que solicitou uma investigação e que o MP já disse que o primeiro-ministro não é suspeito, nem está sob investigação”. Essa investigação está a decorrer e, como esta semana foi noticiado, irão ser para já ouvidos algumas pessoas pelo que é de todo aconselhável aguardar com calma o desenrolar do mesmo, calma essa que também aconselho ao Ministro dos Assuntos Parlamentares, porque como diz o velho ditado; - “quem não deve não teme”, não se justificando essa carga de nervos com tem andado: - é que além de lhe ser prejudicial à saúde, tem o inconveniente de que esses impulsos que traz para a praça pública de querer malhar em toda a gente, poderem a aguçar a vontade de que alguém lhe apeteça malhar também, o que foi hoje o meu caso. Mas que atente Augusto dos Santos Silva que o meu caso nem é preocupante. Preocupante é querer malhar em muita gente, desde a direita à esquerda, por isso, terá Augusto dos Santos Silva de não se esquecer de malhar a torto e a direito dentro do próprio PS, malhando na sua ala direita que se confunde com o PSD, malhando na ala esquerda, que na verdade existe mas que não tem a ver com este PS, ou malhando em todos quando tomam e aprovam medidas de direita, que têm sido apanágio deste governo.
Quando Augusto dos Santos Silva diz que «se calhar não devia aplicar o verbo ‘malhar’ à actual liderança da Direita ou aos partidos que se gostam de dizer à esquerda do PS porque não se percebe que grão pode sair dali para alimentar os portugueses», resta dizer-lhe que é exactamente na dúvida de que grão possa sair dos partidos que, como diz, «se gostam de dizer à esquerda do PS», que o povo deve pensar bem em quem votar nas próximas eleições, porque a quantidade e qualidade do grão que o PS distribui os portugueses e da maneira que o faz, já não deixa margem de duvida: encheram os celeiros do BPN e do BPP, e não só, (com os nossos grãos) e para a grande maioria, verdadeiramente angustiada, nem sequer há grão!
Questionado sobre a possibilidade de surgimento de um novo partido que reúna o BE, sindicalistas, ex-PCP e os votos de Alegre no PS, o ministro admitiu que isso “seria um factor de preocupação para a estabilidade política em Portugal”, mas acrescentou que “esse cenário não se coloca». Mas se calhar até se pode colocar, e essa é a maior preocupação do PS.
Nestes últimos tempos, Augusto Santos Silva tem agido ao melhor estilo de Alberto João Jardim, o que não deveria fazer: cada reino deve ter o seu bobo, mas dois são de mais!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

PETIÇÃO PELO VOLUNTARIADO NA POLÍTICA

As grandes iniciativas são de aplaudir. E as grandes iniciativas majestaticamente altruístas são de incentivar, depois de aplaudidas. Sua Excelência o Secretário de Estado da Educação, de seu nome Valter de Lemos, com o seu projecto de despacho para recrutar professores reformados para trabalho voluntário nas escolas, inspirou-nos. Professores que tenham abandonado o ensino por via duma reforma antecipada poderão tranquilizar a sua consciência face à fuga prematura, mesmo que a perda material não seja reposta. Para se sentirem mesmo re-integrados, até terão igualmente direito a avaliação no final do ano lectivo.Como medida genial que é, cuja superior grandeza apenas não foi suficientemente sublinhada face ao carácter humilde do seu criador, entendemos que a bem da Nação não pode ficar limitada a esta área profissional. O voluntariado é nobre; é desinteressado; e é barato! É em consequência desta observação que vêm os signatários desta petição solicitar que esta Assembleia estenda este brilhantismo aos gestores públicos e ministros, sem esquecer todos os cargos de nomeação pública. Dêem, por favor, hipótese de redenção a todos quantos pretendam desempenhar os seus cargos sem a maçada de uma remuneração mensal.Pelo País, pela abnegação mas sobretudo pelo nosso bolso, que esta Assembleia institua o regime de voluntariado entre a classe política. Sem esquecer a avaliação anual, naturalmente.

NÃO É QUE SÓCRATES ÀS VEZES TEM RAZÃO?

Depois de mais uma reunião da UE alguns Ministros, para "aliviar" apressão, resolvem passar pelo Louvre e, alguns deles param meditativos perante uma excelente pintura de Adão e Eva no Paraíso.Desabafa Angela Merkel:- Olhem, que perfeição de corpos: ela esbelta e esguia, ele com este corpo atlético, os músculos perfilados... São necessariamente estereotipos alemães. Imediatamente Sarkozy reagiu:- Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende de ambas asfiguras... ela tão feminina. ele tão masculino...Sabem que em breve chegará a tentação... Só poderiam ser franceses. Movendo negativamente a cabeça, o Gordon Brown arrisca:- Of course not! Notem... a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto. Só podem ser ingleses. Depois de alguns segundos mais de contemplação, Sócrates exclama:- Não concordo. Reparem bem: não têm roupa, não têm sapatos, não têm casa, só têm uma simples maçã para comer... não protestam e ainda pensam que estão no Paraíso. Não tenham a menor dúvida, são portugueses!

CHIP NO MEU CARRO, NÃO. OBRIGADO!

Se já é deveras preocupante a existência das mais variadas novas tecnologias, em que este Governo está tão empenhado em implementar e que em nome do desenvolvimento têm vindo a exercer sobre os cidadãos o encurtamento cada vez maior da sua privacidade, acaba este de nos confrontar com mais uma ideia “Orwelliana” ao legislar no sentido da colocação do Dispositivo Electrónico de Matricula – DEM (vulgo chip), para entrar em vigor em 2010.O chip que o Governo pretende colocar nos automóveis contém informação sobre o seguro e a inspecção da viatura, servirá para pagar portagens e para o que mais se verá a seu tempo. Curioso é Portugal ser o primeiro país a criar um sistema de identificação electrónica rodoviária, deixando-nos a sensação amarga deste Governo e da sua tendência policial e de controlo total, parecendo um pobre bem vestido mas descalço, orgulhando-se deste pseudodesenvolvimento, mas que não se envergonha da miséria crescente, nem age em conformidade para descolarmos da cauda da Europa.O risco poderá começar pela violação de privacidade, caso os dados pessoais do condutor contidos no chip sejam usados de forma indevida, sendo importante, por isso, esclarecer se o diploma permite se os dados obtidos podem ser também utilizados para fins de investigação criminal. A localização geral e permanente de veículos, e dos percursos feitos pelos titulares em circulação, podem permitir uma violação ilegítima e não justificada da reserva da vida privada dos cidadãos e nada nos garante que tal não possa acontecer. O que está em causa é um novo tratamento de dados pessoais, gerando novas possibilidades de invasão de privacidade.O cenário será tanto mais grave se não forem acauteladas as entidades que irão ser responsáveis pela segurança do sistema, porque ficamos reféns de um instrumento tecnológico sofisticado que não pode correr o risco de ser pirateado por qualquer entidade privada ou outra. E não se entende como se poderá controlar unicamente o carro sem controlar o condutor.O DEM, que - a ser aprovada a proposta - será obrigatório e aplicado em cinco milhões de viaturas. Cada chip custará 10 euros, ficando a despesa a cargo do condutor. Um bom negócio à vista!Enquanto vamos sendo meros espectadores passivos destas e outras prepotências, já não reagindo a nada nem a coisa nenhuma com se este povo tenha levado uma anestesia geral, eu que ainda estou meio acordado, acho que o caminho é mesmo o da desobediência civil e sejam quais forem as consequências da atitude que penso tomar em relação a mais esta habilidade, no meu carro, chip, não. Obrigado.

FREEPORT: UM “PUZZLE” POR RESOLVER!

Já tanto se escreveu sobre o tema e de maneira tão diversa, que eu penso que neste momento a opinião pública está deveras baralhada com este caso. Mais, é que com todas as preocupações que se vivem no que concerne à miséria crescente e cuja tendência é para se adensar, sabe-se lá até onde e quais vão ser a reais consequências, o povo tende a secundarizá-lo. Mas este assunto não perde a sua importância por este facto.Se é altamente preocupante toda a celeuma gerada em torno deste caso, seja qual for a sua dimensão e quem nela possa estar eventualmente envolvida, detenho que de tudo isto o que mais nos deve preocupar, não menorizando o facto em si, pela sua melindrosa relevância, é o aparente mau funcionamento da justiça.Neste país decrépito onde já se não acredita em nada e em ninguém, restar-nos-ia acreditar na lei, mas até isso nos parece ser sonegado a cada dia. Esperemos que em nome da transparência e da dignidade, tão necessária para reabilitar a moral desgastada dos portugueses, o Ministério Publico, com a isenção constitucional da separação de poderes que lhe está subjacente e que intransigentemente se lhe exige, dê seguimento rápido às investigações e conclua a sua intervenção, seja qual for o resultado final.Acresce que, não acreditando em cabalas nem em campanhas negras contra Sócrates, este bem podia e devia, em defesa da sua honra, para desfazer as suspeições que sobre si impendem, colaborar com a justiça e dispor-se voluntariamente a ser interrogado e a facultar os seus movimentos bancários a fim de dissipar esta nuvem negra que sobre ele se abate. Sim, porque Sócrates é o 1º Ministro, não é o meu merceeiro, a quem poderei confiar a Junta de Freguesia, mas nunca a chefia do governo."há algo de podre no reino da Dinamarca", como Shakespeare, escreveu no seu celebre romance “Hamlet”. É que este, depois de perceber e afirmar o que tinha dito, passou a fingir-se de louco incapaz de compreender o que se passava ao seu redor, no intuito de meramente não ser eliminado e poder sobreviver. No final do romance, Hamlet consegue eliminar o seu cruel algoz, embora não tenha sido capaz de sobreviver porque seu algoz foi capaz de, antes de morrer, feri-lo de raspão com uma espada embebida em veneno mortal.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

ALGUNS APONTAMENTOS DE UM PAÍS MAL-AMADO!

Os acontecimentos são tão tantos e acontecem tão vertiginosamente que quase se torna impossível seleccionar este ou aquele tema e falar do mesmo, conferindo-lhe um melhor destaque. Acontece que, cada um deles é, dentro do assunto abordado, tão importante quanto outro, mas todos eles demonstrativos de um país em decadência, não só economicamente, mas de muitos outros valores que aos poucos tem vindo a transformar Portugal num país muito estranho, governado por gente estranha e suportado por um povo cada vez mais castigado mas tão complacente, que o torna verdadeiramente estranho.