sexta-feira, 5 de junho de 2009

EUROPA, QUAL EUROPA? (MOMENTO DE REFLEXÃO E INFLEXÃO)

Às 24,00 de hoje, segundo a lei, encerra a campanha para o acto eleitoral do Parlamento Europeu. Campanha para a qual todos os candidatos a deputados deveriam ter tido em atenção o esclarecimento dos cidadãos a fim de que estes entendessem a que se propunham defender nesse mesmo parlamento e, mais do que isso, para que todos entendêssemos de forma clara o que representa na realidade a Europa, porque estamos, o que se perdeu e o que se ganhou por termos aderido e o que se espera por continuar a estar.

Mas nada disso se verificou, pelo que me sinto realmente envergonhado pela forma anquilosada como se persiste em fazer politica neste país: a minha vergonha dimana desta ideia inquietante de que somos indefectivelmente um povo amorfo, disposto a deixar correr o marfim, como se o nosso futuro esteja penhorado à vontade sagaz dos nossos políticos e, mais grave, dos nossos (des)governantes.

O que se verificou nesta campanha foi vergonhoso. A Europa foi secundarizada pelas querelas intestinas, sem que das mesmas lhe retire a devida importância, mas discutiu-se o acessório, perdendo-se totalmente o norte do primordial.

Qual o cidadão comum que tem a consciência no que vai votar no próximo domingo dia 7? Atrever-me-ia a dizer que muitos poucos! A maioria dos votantes vão-se limitar a servir, inconscientemente, clientelas políticas mantendo o “status quo” que se tem verificado desde sempre.
Vou votar e exorto todos os portugueses a votar, porque a abstenção e o voto em branco só favorecem os falsos europeístas que se atrevem descaradamente a enganar-nos, escondendo-nos o cerne desta Europa que não é igualitária e onde os estados vão perdendo a sua identidade. Esta não é a Europa em que temos de apostar e acreditar, porque não é uma Europa em uníssono e, se isso já era claro, esta crise provou-nos que é assim.

Não queremos uma Europa discrepante nem a dois tempos; desejamos uma Europa forte, com uma política socioeconómica equilibrada em que as assimetrias se disseminem rapidamente para que sejamos cada vez mais iguais uns aos outros.

Votem, como lhes aprouver, mas votem. Está na hora de acabar com os fariseus e se não nos resta outra forma a não ser a de ter de alinhar nesta podridão das democracias parlamentares, apesar de ser um péssimo sistema mas de não haver melhor, é interessante que não ponhamos os ovos todos no mesmo cesto!

Parafraseando Almada Negreiros: «O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, portugueses! Só nos faltam as qualidades».

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O desperdício de uns que é ouro para outros!

Sócrates já não cola!

Sócrates queria um selo com a sua foto para deixar para a posteridade o seu mandato no Governo deste país que está de tanga. Os selos são criados, impressos e vendidos. O  PM fica radiante! Mas em poucos dias ele fica furioso ao ouvir reclamações de que o selo não adere aos envelopes.

O Primeiro-Ministro convoca os responsáveis e ordena que investiguem o assunto. Eles pesquisam as agências dos Correios de todo o país e relatam o problema.

O relatório dizia:

"Não há nada de errado com a qualidade dos selos. O problema é que o povo está a cuspir no lado errado."