terça-feira, 30 de setembro de 2008

sábado, 27 de setembro de 2008

Resposta ao comentário - Emigração vs Imigração: - Duas faces da mesma moeda


Diz-me o amigo Vitorino Batalim que «tenho visto de tudo, mas um blog cujo autor censura os comentários, nunca imaginaria» porque, na sua opinião, que eu muito respeito, de duas uma; «ou os comentários são livres ou se bloqueiam de vez». Acredito que já tenha visto de tudo mas, contudo, não acredito que já tenha mesmo visto TUDO.
A publicação directa dos comentários que lhe fazem no seu blog, é um critério que aplica e que é livre de o fazer, mas cujo método não quero seguir no meu. E, contrariamente ao que pretende inferir no seu comentário, pretendo deixar bem claro que não se trata de uma atitude censória da minha parte e que, muito menos, amputo os comentários que me são remetidos ou que, pura e simplesmente nem sequer os publico, se eles colidirem com as minhas ideias. E, como prova disso, o seu comentário está publicado na íntegra. Mas existe uma razão de fundo para ter tomado a minha decisão e que passo a explicar-lhe, independentemente da sua concordância: - se habitualmente dá uma volta pelos blogs e noticias da Sapo, iol e outras, já reparou com certeza quantas vezes, e muitas, os comentários não são feitos em face dos assuntos em questão, o que seria interessante, mas contendo um chorrilho de ordinarices tipo “dizes tu, direi eu”, diria mesmo, descendo a um nível execrável o que, muito sinceramente, e não porque uma questão de puritanismo, não pretendo que ocorra no meu blog, porque quero que este seja visitado por quem o entender, que comentem livremente segundo as suas ideias o que nele se publica, mas que não se deparem com despropósitos que os poderia levar a não ter vontade de repetir. Sim, porque o objectivo que presidiu à sua criação foi o de escrever para gente séria, que vejam no “Falando Claro” um blog de intervenção politica e social, independente de credos políticos, religiosos ou de poderes económicos e que sintam predisposição para debater os assuntos com hombridade. Sobre este assunto estamos esclarecidos.
Agora, entrando propriamente na resposta ao seu comentário e antes de o fazer, gostaria só de lhe fazer umas quantas observações que me parecem pertinentes. Na sua primeira publicação, em Fevereiro de 2008, na apresentação do seu blog, afirma ser seu objectivo «questionar tudo o que nos pareça suspeito para tentar perceber a verdade, denunciar todas as mentiras venham de onde vierem e apoiar todas as verdades» e prossegue; «Prestaremos atenção a todos os assuntos, situações e factos. Louvaremos ou criticaremos, denunciando, com igual ênfase, tudo e todos, conforme o seu merecimento».
É bastante bonito e fica patente essa sua vontade, mas não mais do que isso. Desde a abertura do seu blog em finais de 2007 e até Junho passado, decorridos, que são, dez meses, fez apenas 3 publicações, a saber; (In) justiça, em Março, Figuras Públicas -Vidas Privadas, em Março e Vão beber o nosso Sangue, em Maio o que, para quem quer ser interventivo «para a reposição da Ética nas relações inter-pessoais, inter-grupais, regionais, nacionais e internacionais» e que afirma que «Prestaremos atenção a todos os assuntos, situações e factos», só me pode deixar apreensivo por uma razão tão importante quanto esta: - ou anda de tal maneira distraído que não se apercebeu dos montes de coisas que se vão passando pelo mundo e em particular no nosso país, ou tem gerido mal o seu tempo, atraiçoando as suas boas intenções.
Quero dizer-lhe que reitero tudo quanto escrevi na publicação que fez o favor de comentar, não lhe retirando nem, sequer, uma única virgula e comento abreviadamente, ponto por ponto, todos os seus enfoques:- Não concordo consigo de que não são comparáveis a emigrações/imigrações; procures-lhes os pontos comuns normais, e essa é a lógica, e encontrará muitas semelhanças, mas não deturpe intencionalmente a realidade, porque este “boom” de criminalidade é recente e nós já temos imigrantes e muitos e há vários anos. Lamento que não tenha ido ao âmago da questão que será o estudo sério deste fenómeno e que passa, inevitavelmente, por um amontoado de atitudes que competem ao governo, a alguns ministérios e, por ultimo às policias e aos tribunais. E para por em prática as medidas que dimanassem destes órgãos seria apenas necessário que este país funcionasse, o que não acontece.
Deve ter interpretado muito mal algumas coisas que eu disse, porque não fiz a apologia da imigração sem regras e muitos menos defendi marginais. Só que para mim um marginal é sempre um marginal onde quer que se encontre, sendo-me indiferente a sua língua, país ou etnia porque a maldade não tem cor nem raça.- Está muito mal informado do que se passa neste país quando diz que não há falta de mão-de-obra em Portugal: - ainda esta semana uma associação empresarial do norte, do sector da construção civil, tornou público a escassez de mão-de-obra que começa a afectar as obras daquela região. Já para não lhe falar das culpas das entidades patronais em admitir pessoal não legalizado a um custo ridículo, da complacência do Ministério do Trabalho e dos seus inspectores que não inspeccionam coisa nenhuma e do SEF que não actua com a celeridade necessária: de há muito que preconizo uma maior vigilância nas entradas, com a tomada de conhecimento, através de relações inter-estaduais, do passado judicial de cada um e, a haver antecedentes criminais registados, que estes não sejam intimados a sair do país, como acontece, mas imediatamente colocados no aeroporto, com a confirmação do seu embarque e respectiva devolução ao país de origem.
-Quanto à prostituição de brasileiras e porque não fez parte da minha publicação, terei o maior ensejo de o discutir oportunamente mas não sem antes, lhe realçar uma coisa; - a prostituição é um fenómeno que deve ser abordado com seriedade, como todos os fenómenos sociais, e se atravessar a fronteira aqui da vizinha Espanha, verifique quantas portuguesas estão por lá e, já agora, dê-se conta se os espanhóis não têm o mesmo direito que nós e se também dizem o mesmo.
E poderia também ter aflorado, o que não fez, e que também fica para outra oportunidade, a violência doméstica que tem aumentado exponencialmente em Portugal e que é praticada por portugueses. Dirá, naturalmente, que esses são problemas “cá de casa” e que cá se resolvem. Eu contraponho, dentro da lógica que já evidenciei, de que os problemas são sempre problemas e, por muito que nos doa, há muitos que já não se limitam a ser resolvidos portas adentro. Ponha os olhos no grande exemplo da crise nos Estados Unidos, em que eles dão um “track” e cheiram mal as economias de todo o mundo.
- Quanto à violência que entende que eu deveria comparar em relação aos angolanos, moçambicanos, guineenses ou sul africanos, que é exercida sobre os portugueses que vivem ou trabalham nesses países, quero dizer-lhe que ela também será denunciada no meu blog quando for oportuno apesar de, lá como cá, se tratarem de casos isolados e que não me permitem generalizar que todos os pretos são bandidos. E olhe que conheço África.
- Dou-lhe toda a razão quando diz que «quem não dá não pode pedir e muito menos exigir» mas atente que eu só estou aqui a defender os que DÃO, os imigrantes honestos e trabalhadores que contribuem para o aumento do bolo colectivo, e não nos deve honrar tomar todos pela mesma medida.E para terminar quero esclarecer, ainda, que não falei no meu blog de qualquer referendo realizado em Portugal em relação à nossa permanência na C.E., pelo que nada tenho a corrigir como me convida a fazer. O que eu disse é que sancionámos a nossa adesão quando os portugueses são chamados a quatro actos eleitorais para o Parlamento Europeu, em Junho de 1989, Junho de 1994, Junho de 1999 e Maio de 2004, porque Portugal aderiu em 1986, tendo assinado todos os tratados: - de Maastricht, Amesterdão e Nice, em 1993,1999 e 2003, respectivamente e a Declaração de Berlim em 2007. Assinou ainda o Tratado Constitucional, esse referendado em França e Holanda onde foi vencedor o NÃO e, em Dezembro passado, o Tratado de Lisboa, já referendado na Irlanda e recusado, gerando um impasse no seio da Comunidade. E fique sabendo que sou favorável ao referendo em Portugal.
E deixo-lhe aqui só mais um memorando: - Em 1993, entrou em vigor em todos os países membros do Mercado Único, incluindo Portugal, claro, a livre circulação das mercadorias, dos serviços, das pessoas e dos capitais.Deve inferir-se por tudo isto que estamos na CE para o bem ou para o mal, mas estamos. Quando o povo vota para o Parlamento Europeu, elege, escolhe, aceita, concorda….
Quando beneficiamos da prerrogativa da liberdade de circulação de pessoas e bens, não temos de pensar que essa mesma liberdade é para nosso uso exclusivo. É para todos, com todos os riscos que isso possa comportar e cabe aos governos e à própria CE, criar e articular as normas que por ventura se mostrem necessárias ao seu bom funcionamento. O que não devemos nós, os cidadãos comuns, é andar a semear ódios rácicos, porque Arianos não existem e essa triste ilusão do apuramento da raça morreu, para bem da humanidade, com o fim de Hitler e do III Reich.
A revolução que urge fazer é a das mentalidades e, enquanto tal não acontecer, mentalize-se meu amigo, não sairemos disto.
Estarei sempre ao seu dispor e, entretanto, aceite os meus cumprimentos

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Fernando Nobre, Presidente da AMI - Um homem nobre!

Por considerar que se reveste de bastante interesse a entrevista concedida pelo Dr. Fernando Nobre, presidente da AMI-Assistência Médica Internacional, à "Noticias Magazine", no dia 21 deste mês, entendi publicar alguns enxertos que merecem o devido destaque.


CITAÇÕES

«Pessoalmente, acredito que todos nascemos com alguns pressupostos e, depois, ao longo da vida, vamos sendo marcados por um caminhar que fazemos».

«Somos todos fruto do acaso mas também determinamos o nosso destino».

«Há coisas que já percebi e outras não. Há uma essencial - o ser humano anda à procura de alguém a quem amar. de ter uma vida digna, ver os filhos crescer com saúde e viver em paz. Depois há uma pequena minoria que anda neste mundo em busca de poder e que, em nome disso, está disposta a tudo. Quanto a mim», são mecanismos cerebrais desviados».

«Entrámos no século XXI, mas lemos A República, de Platão, e percebemos que, em dois mil anos, o que aprendemos foi nada. Sem dúvida que vivemos melhor do que Luís XIV mas, em termos de inteligência, os espíritos luminosos da humanidade não conseguiram frutificar o seu exemplo».

«Penso que no nosso país temos demasiada cátedra - em Bruxelas eu era "apenas" o Sr. Nobre [...] A única vez em que fomos um país interventivo no panorama internacional foi sob a liderança de um homem extraordinário: o rei D. João II, que morreu aos quarenta anos, mas foi o nosso grande estadista. Depois dele (morreu em 1495) passámos a viver em regime de masturbação mental».

«A AMI recebe por ano cerca de 750 pedidos de intervenção. Actualmente temos projectos em 23 países, mas o nosso historial já conta com 56, oito com equipas médicas nossas, os outros em parcerias com ONG locais. Eles conhecem melhor do que ninguém as duas necessidades - estão implantados, têm os recursos humanos e muitas vezes falta-lhes a capacidade financeira. [....] Os nossos principais problemas são, de facto, os recursos humanos. Há uns anos mandámos cartas para os médicos de todo o país, recorrendo ao arquivo da ordem. Responderam-nos trezentos, num universo de cerca de trinta mil. A esses mandámos um folheto com informações mais detalhadas. Responderam-nos mais ou menos sessenta. Salvo em momentos quentíssimos (por exemplo, Setembro de 1999, quando toda a gente queria ir para Timor), depois passa o fogacho»

«Não sei se não vou acabar a minha vida a comer um prato de sopa. Penso muitas vezes nesse grande homem que foi Aristides de Sousa Mendes (cônsul de Portugal em Bordéus, à data da invasão da França, pelas tropas alemãs, na Primavera de 1940). Para defender os judeus na Segunda Guerra Mundial, morreu pobre e abandonado, a queimar móveis para se defender do frio. [....] Também já vi na ex-Jugoslávia cirurgiões cardíacos a viverem na rua. Se isso acontecer, espero encontrar um centro como o da AMI».

«Acho que tenho capacidade para ajudar alguém. Uma das minhas maiores preocupações é ir a um dos centros da AMI que já estão a trabalhar no nosso país a fornecer mais de mil almoços por dia. Mas há momentos em que penso que podia estar a tirar próstatas e rins, a ganhar umas massas e ir de férias. Não tenho nenhum cartão partidário nem quero ter [...] Nos hospitais em Bruxelas cheguei a fazer muitos bancos seguidos, de tal maneira que a minha primeira mulher levava ao hospital os meus filhos (ele com dois anos e ela com meses) para que eu os visse».

«Já tive vontade de responder à violência. Digo muitas vezes que isto só se resolve com metralhadora e confesso que tenho uma certa admiração pelo meu colega de profissão, Che Guevara. Nunca matei - espero nunca matar - , mas talvez fosse capaz disso se estivessem em causa coisas essenciais como a liberdade ou a segurança daqueles que amo. Quando vamos ao Chade, país produtor de petróleo com oitenta quilómetros de área, e percebemos que há tanta pobreza, o que podemos sentir? Na Palestina contrói-se um muro que separa famílias. Se para os visitar tivesse de ultrapassar várias barreiras, não sei quantas humilhações, não sei se não pegaria numa metralhadora. Se eu tivesse sido judeu no gueto de Varsóvia, não teria pegado numa arma para me defender?. É morrer ou matar. Os grandes pecados são a indiferença, a intolerância, o egoísmo feroz».

«Para apontar o dedo a um grande sacana que visse na rua, seria precisa imensa coragem porque as redes de poderosos estão muito bem estruturadas. Estamos numa sociedade que, como dizia o meu amigo Sá Machado, se parece com uma sala cheia de fezes em que toda a gente está em bicos de pés para manter a cabeça de fora».

«A ONU tem virtualidades e pontos fracos. As minhas criticas vão no sentido de algumas nomeações, a partir de determinado cargo, serem da responsabilidade de uma única grande potência [...] quando vejo uma casa no Ruanda ser paga a dez mil dólares mensais, quando vejo as mordomias atribuídas aos altos dignitários destas organizações, fico indignado. Há dramas que só foram possíveis porque a ONU não pôde ou não quis actuar [....] nos últimos anos, no Zaire, actual República do Congo, terão morrido cinco a sete milhões de pessoas na indiferença total. As Nações Unidas são o que os Estados querem que ela seja. O FMI é um país com direito de veto e ponto final».

«No Ruanda ou no Zaire houve casos gravíssimos. O que aconteceu ao povo angolano também é um escândalo. Mas não tenhamos dúvidas: para o Ocidente, morrerem dez milhões de negros representa o mesmo do que se morressem dez milhões de moscas».

VALADA - ESPAÇO DE BELEZA E TRADIÇÃO RURAL E PISCATÓRIA

Valada é uma das oito freguesias do Concelho do Cartaxo, sendo também uma das mais antigas. Segundo os historiadores foram os romanos os primeiros agricultores dos campos de Valada, no entanto, é durante o domínio árabe que aparecem os primeiros documentos fazendo referencia aos seus territórios úberos e ricos.

Com uma superficie de 42,3 km2 e tendo uma população apróximada de 1.200 habitantes, esta freguesia é composta pelas povoações de Porto de Muge, Reguengo e Palhota, para além da sede de freguesia que é Valada.

Valada tem como principal riqueza a agricultura, pois nos seus campos cultiva-se tomate, girassol, milho, trigo, melão e vinha. Desde tempos remotos e até hà poucos anos, também a pesca do sável teve um peso importante nesta freguesia.

O ex-libris da Freguesia é o rio Tejo, com o seu espaço envolvente de grande beleza, a sua praia fluvial, fluvina (marina), parque de merendas, etc. o que a torna um lugar de encontro, por excelência, dos forasteiros que a visitam.

Como património, Valada orgulha-se da sua igreja, datada do ano de 1211, no reinado de D. Afonso II. Perdendo parte da sua beleza, após a restauração executada em 1962, tendo como padroeira a Nossa Senhora da Expectação do Ó.

Em Porto de Muge existe a ponte D. Amélia, notavel obra de engenharia, inaugurada em 14 de Janeiro de 1904 por Sua Magestade o Rei D. Carlos. Esta ponte construida para o tráfego ferroviário, foi entretanto remodelada e adaptada para o tráfego rodoviário, fazendo a ligação das duas margens do rio, entre Porto de Muge e Muge.

A Palhota é uma aldeia tipica de pescadores, construida com casas de madeira, tipo palafitas, cuja origem se perde no tempo. Nesta aldeia chegou a viver Alves Redol, o grande escritor português que muito escreveu acerca do Tejo e das suas gentes.

Nas artes e no desporto, destaca-se o ciclista Alfredo Trindade, natural desta localidade, vencedor por duas vezes voltas da Portugal e também os cavaleiros tauromáquicos Dr. Fernando Salgueiro, o seu neto João Salgueiro e seu bisneto João Salgueiro da Costa.

Alguns dos desportos praticados no Tejo são a motonáutica, hoovercraft e canoagem, sendo ainda comum uma consideravel afluência de barcos de recreio que fundeiam ou atracam na sua fluvina, desfrutando desta beleza natural.

O clube local é o Ribatejano Futebol Clube Valadadense, detentor de um magnifico campo relvado e que milita nos campeonatos do INATEL.

Valada é um local de eleição para muitos veraneantes que se deliciam com tudo o que ela lhes tem para oferecer, sendo por isso constantes as romarias. Tem como festas tradicionais ou eventos regulares; a festa anual, a tradicional Quinta-Feira de Ascenção (espiga), o kilómetro de Valada, prova de carros antigos e provas de motonáutica a contar para o campeonato nacional da modalidade.

Destaca-se como sua especialidade gastronómica, o ensopado de enguias e o torricado.

UM LOCAL A VISITAR!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

VALADA - TODOS À FESTA

03 de Outubro (sexta-feira)

- 19h00:
Abertura da festa
Esmerado serviço de bar - Petiscos
- 20h00:
Tiro com arco (Demonstração)
GDAAzambuja
Atleta Olímpico - Nuno Pombo
-22h30:
Espetáculo Musical/baile com o grupo ANTECIPAÇÃO-
-03H00:
Espaço jovem com som a cargo de DJ Tiago M
04 de Outubro (sábado)
-12h30:
Serviço de almoços
-15h00:
Actividades Infantis + Idosos
(ATL e Centro de Dia)
-16h00:
Realização de peddy paper
-20h00:
Serviço de jantares
-22h00:
Espetáculo musical/baile com o grupo HEXÁGONO
-03H00:
Espaço jovem com som a cargo de DJ Tiago M
05 de Outubro ( domingo)
-09h30:
Missa em memória de sócios e atletas falecidos
-11h00:
Deslocação ao cemitério de Valada para colocação de uma coroa de flores em homenagem aos sócios falecidos do RFCV
-12h30:
Serviço de almoços
-15h00:
-Inauguração do relvado com Banda Filarmónica
-16h00:
Jogo de Futebol Campeonato Distrital do Inatel - RFCV vs Lapa
-19h00:
Homenagem aos 20 sócios mais antigos
-22h00:
Grandioso baile com actuação do duo HP+
-02h00:
Encerramento da festa

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

EMIGRAÇÃO vs IMIGRAÇÃO; - DUAS FACES DA MESMA MOEDA

Confesso que me incomoda sobremaneira as repetidas vezes que oiço falar, e cada vez mais, com uma frequência que começa a ser doentia, da culpabilização dos imigrantes no recrudescer da delinquência, tentando imputar-lhes a exclusividade deste fenómeno.
Incomoda-me por uma questão de lucidez, de coerência e, sobretudo, porque sendo nós um país com um razoável historial emigratório cumpre-nos a obrigação moral de atentar neste facto e fazer uma analise consentânea com esta realidade que emerge de um mundo cada vez mais global e que nós portugueses, outras razões não houvessem para justificar o que escrevo, aceitámos quando ratificámos através de sufrágio a nossa adesão à Comunidade Europeia, para o bem e para o mal, na qual se consigna a abolição das fronteiras e a consequente livre circulação de pessoas e bens.
Incomoda-me a nossa curta memória que nos impossibilita de recuar à década de 60 e 70 que foi marcada por um êxodo inexorável, cujo abrandamento só se veio a verificar na década de 80, tendo a emigração caído para os valores mais baixos desde então. Este facto ficou a dever-se a um progresso que se registava, mas que foi sol de pouca dura e inverteu esta tendência, motivando que a partir da década de 90 se começasse a assistir a um crescendo de emigrações, a que já estávamos habituados, e a um fluxo imigratório que consistiu numa novidade para nós, mais acostumados a servir do que a ser servidos.
No passado ano verificou-se uma duplicação de residentes que abandonaram o país; qualquer coisa como 27 milhares contra os treze de 2006, atingindo um aumento na ordem dos 111%. A crise na economia impulsiona a que muitos portugueses procurem países com um crescimento superior ao de Portugal e onde escasseie a mão-de-obra com alguma qualificação, sendo os países preferenciais; - Espanha, Luxemburgo, Suiça, Bélgica e Alemanha, sendo os outros países de eleição dos portugueses, França, Reino Unido, Andorra e Angola, tendo sido estimado que neste ultimo se encontravam em Julho passado mais de 60.000. Da mesma forma os imigrantes, na sua maioria provenientes do Brasil, Leste Europeu e Cabo Verde aportam a Portugal e as outros países da Europa, com as mesmas expectativas que a nós nos leva a partir; melhorar as condições de vida que lhes são sonegadas pelos seus países de origem.
Poderia deter-me por longo tempo, socorrendo-me de um manancial de dados estatísticos do I.N.E. Instituto Nacional de Estatística), Eurostat (Organismo de estatística europeu) e da O.C.D.E. (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) e demonstrar o que representa esta balança entre os que entram e saem e as suas motivações socio-económicas e mesmo politicas. Mas o que pretendo é demonstrar algo mais do que este afã transfronteiriço e transcontinental, quando ele ultrapassa as raias da normalidade e se traduz no “import/export” dos piores de todos nós, que existem em todos os cantos do mundo, que não é crível estancar e cujo controlo não é fácil.
Em todos povos existe gente boa e má, naturalmente, e admito e preconizo que o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e todas as suas congéneres doutros países tenham o maior rigor na vigilância das entradas, na analise e subsequente concessão de autorizações de estadia.
Incomoda-me e incomoda-me seriamente que os portugueses quando cometem um delito, a comunicação social se refira a que “um homem de 40 anos, assaltou….”, E mudem de estilo quando se trata de estrangeiros, passando estes a ser simplesmente africanos, brasileiros ou ucranianos, como se estes não sejam homens e os delitos tenham outro cariz, cometendo assim uma das piores formas de descriminação, que é feita em função da origem étnica.
Devo recordar que segundo o Instituto Europeu para a Prevenção e Controlo do Crime (SECP), cerca de 1.800 portugueses se encontram detidos em cadeias de 46 países (só no Brasil são 84) o que bem demonstra que lá fora também temos o nosso pior escol criminal. Mas se é totalmente incongruente que por esta razão, a que não ouso chamar simples, todos portugueses que se encontram além fronteiras fossem tomados pela mesma bitola, com consequências morais e físicas que daí poderiam advir, não deixa de ser menos preocupante o vício que se está apossando de nós, com o grave risco de se tornar endémico, olhando de soslaio a todos os que não tenham nascido no luso berço.
Incomoda-me, ainda que compreenda as preocupações do cidadão comum, que este seja intoxicado pelas mais sombrias posições xenófobas que por aí grassam, eivada de ódio por uns quantos mentecaptos e marginais, que servem intencionalmente fins menos confessos e que nunca serão capazes de distinguir uma ARVORE, DA FLORESTA.

sábado, 13 de setembro de 2008

EMIDIO RANGEL, O PALHAÇO RICO

Tenho lido com alguma atenção “As coisas do Circo”, da autoria de Emídio Rangel e publicadas com regularidade em “O Correio da Manhã”.
Emídio Rangel é jornalista e, como tal, devia observar o princípio deontológico da imparcialidade quando emite, com todo o direito, as suas opiniões. O que não deverá fazer é uma colagem explícita ao partido do governo e ao governo, não lhe tendo lido, nunca, uma única crónica em que apontasse o dedo aos muitos erros já cometidos pelo governo de Sócrates, saindo sempre em sua defesa como se este seja intangível.
Rangel tem todo o direito de ser simpatizante do P.S. e consequentemente deste governo. Pode e deve fazer as críticas que entender aos partidos, aos seus dirigentes e às acções destes. O que não pode (até parece que pode) é tentar manipular a opinião pública, aproveitando-se da sua profissão, sem que tenha a coragem de assumir publicamente as suas simpatias, e vir encapotadamente dar “umas mãozinhas” ao P.S. neste período que se pode considerar desde já, de pré-eleitoral.
Na edição de hoje do referido matutino, Rangel puxou as orelhas à “Tia Manuela” e posso mesmo concordar com ele nalguns passos da sua crónica. O discurso de Manuela Ferreira Leite foi realmente pobre e, estou convencido, não ter ido ao encontro dos que as bases e o eleitorado P.S.D. esperavam. Saliente-se no entanto que este é um problema interno do P.S.D. que se vê confrontado com a sua incapacidade de ser uma oposição credível a Sócrates e, a continuar nesta senda, muito menos poderá alimentar aspirações de ser alternativa nas próximas eleições.
Rangel chega mesmo ao ponto de dizer que Manuela Leite, com as suas declarações, o levou até ao vómito, mas exime de imediato o governo das suas culpas na segurança, da situação caótica da economia, das reformas no ensino, etc., etc., como se este esteja incólume das suas acções e mereça um aplauso geral.
Mais grave, Rangel insinua que «é preciso ter muita “lata” para continuadamente agir assim, deixando nas entrelinhas que a linha politica do P.S.D. tem a aprovação do Presidente da Republica» o que só contribui para empolar tendenciosamente as relações institucionais entre estes dois órgãos, já de si enfraquecidas pelos acontecimentos dos últimos tempos.
Rangel diz, e diz muito bem, que «os portugueses devem, com muito pragmatismo, verificar quem tem propostas, soluções, capacidade de agir, mesmo em períodos turbulentos como o que se está a viver». E a verdade reside em que os portugueses devem ponderar seriamente nas suas vidas que dependem dos seus actos e se o fizerem com toda a consciência, olhando para trás e fazendo um balanço de 34 anos de democracia, facilmente concluirão da falência dos partidos políticos e quem sabe não optarão pelo advento do voto em branco.
Rangel remata mesmo para fora quando falaciosamente afirma: «nenhuma culpa pode ser assacada ao Governo português, que foi apanhado por um “tsunami” que também cortou as pernas a países mais ricos e poderosos como a Espanha, a Grã-Bretanha, A França e a Alemanha» terminando com este desabafo; - «cheque em branco, não obrigado». Mas onde anda a cabeça de Rangel e o que nos pretende dizer com esta comparação acéfala, quando cita países com uma economia musculada, com uma organização politica assente no desenvolvimento social e portanto mais bem preparados para sair desta instabilidade internacional? Passou-lhe ao lado o facto de estarmos na cauda da Europa por culpa das governações desastrosas que temos tido, em que é sempre um “fartar vilania”, tendo sido ultrapassados rapidamente pelos países do leste europeu? Acorde e veja se consegue ver este país como o vêem a maioria; - os que sofrem e que talvez tenham algo em comum consigo: CHEQUE EM BRANCO, NÃO OBRIGADO!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

ORA AGORA FALAS TU, ORA AGORA FALO EU (2)

O QUE SE DISSE FOI QUE O Tróia Resort da Sonae Turismo, dos 78 apartamentos da marina e dos 211 da linha da praia, 70% já foram vendidos, cujos preços oscilam entre os 258 e os 840 mil euros. Destes, apenas 20% foram vendidos a estrangeiros residentes na Alemanha, Reino Unido e Espanha.


O QUE EU PENSO É QUE Portugal tem um grande potencial no sector do turismo, parecendo até que o sol é das poucas coisas que temos para vender, apesar de sempre o termos vendido tão mal; - refiro-me à falta de um aproveitamento sustentado dessa benesse e á anarquia que sempre se tem verificado no sector com o beneplácito do Ministério do Ambiente, de outros ministérios aos quais compete regulamentar e das autarquias que licenciam, concedendo facilitismos que tão bem conhecemos, todos eles fechando os olhos ás situações mais aberrantes em termos ambientais e dos seus impactes.
Belmiro de Azevedo investiu ali 230 milhões de euros e não é esta questão que me trás a fazer esta abordagem, até porque as expectativas, segundos os promotores, é a criação de 5.000 postos de trabalho directos e 10.000 indirectos, o que me parece ser excelente para a região.
Há, no entanto, algo que não pude deixar de registar e consequentemente ironizar: Portugal está mal? – Está, ninguém duvida! Só que, curiosamente, não está mal para todos e a prová-lo está que a aquisição de 50% das vendas já efectuadas foi feita por portugueses. Mas que portugueses? Claro, só pode ser os de 1ª, porque muitos dos outros o dinheiro não lhes chega nem para pagar a prestação do crédito à habitação.






O QUE SE DISSE FOI QUE Um recluso evadiu-se da cadeia de Pinheiro da Cruz, onde cumpria pena por furto qualificado. No passado sábado a GNR alertada, deteve o evadido, depois deste se ter despistado com um carro roubado. Presente ao Tribunal de Lagos por aquela força policial, o Juiz determinou a sua libertação por, após a sua evasão de Pinheiro da Cruz, não ter sido ainda emitido o respectivo mandado de captura.


O QUE EU PENSO É QUE Esta situação tem tanto de insólito que quase seria capaz de não acreditar na sua autenticidade. Mas acredito!
Como é possível, detectada a fuga daquele estabelecimento prisional, não serem accionados todos os mecanismos para a sua detenção, tendo ainda por cima, pasme-se, sido esquecida a emissão do necessário mandado de captura. Mas a minha estupefacção não se fica por aqui e pergunto com a maior ingenuidade; - estando o recluso perante o Juiz e sabendo este da situação, não tem poderes que lhe permitam manter a detenção até à passagem do mandado, que presumo só pode ser passado por um juiz?
Nesta situação já estou a ver o "libertado" com todas as calmas deste mundo a sair do Tribunal e a roubar o primeiro carro que encontrou, enquanto os agentes dentro da viatura que regressava ao posto, se limitaram a assobiar para o lado e encolher os ombros depois da frustração que acabavam de sentir.
E depois que nos venha o Ministro da Justiça falar de segurança. Qual segurança?

domingo, 7 de setembro de 2008

ORA AGORA FALAS TU, ORA AGORA FALO EU.

O QUE SE DISSE FOI QUE O Governo de Luanda não forneceu vistos de entrada para cobertura do acto eleitoral que teve lugar ontem, dia 5, naquele país, aos jornalistas de cinco órgãos de comunicação social portugueses: - SIC, O Expresso, O Publico, Rádio Renascença e Visão.
Entretanto, o primeiro-ministro, havia considerado, em Bruxelas, que a haver problemas com a emissão de vistos a jornalistas portugueses seriam apenas decorrentes de atraso. «Esperemos que seja apenas isso» referiu, acrescentando ser «muito exagerado fazer-se um julgamento que vai no sentido do bloqueio». O primeiro-ministro considerou ainda ser « muito importante para Angola que haja uma ampla cobertura jornalística do escrutínio de sexta-feira»…..


E O QUE EU PENSO É QUE Nada do que se possa dizer sobre isto vem acrescentar o que quer que seja aquilo que sabemos ser a prática dos regimes totalitários, ainda que tentem vestir uma roupagem democrática. Curioso, curioso, é que José Sócrates afirme ser tudo um exagero dos media, mas outra coisa não se podia esperar de quem, numa visita de 24 horas a Luanda, brindou o governo de José Eduardo dos Santos com este mimo. «Quero que o governo de Angola, saiba que […] temos confiança no governo angolano e no trabalho que tem desenvolvido». Está tudo dito!




O QUE SE DISSE FOI QUE A Candidata republicana à vice-presidência dos Estados Unidos, diz que a guerra do Iraque é missão de Deus (Tv. Net). Mais uma polémica em redor de Sarah Palin, a governadora do Alasca que John MacCaine escolheu para concorrer à vice-presidência. A governadora defendeu em Junho, num discurso, que a guerra do Iraque é uma missão de Deus. Palin defende ainda o regresso do ensino da teoria do criacionismo nas escolas, num polémico discurso a ainda governadora diz também que a construção de um gasoduto no Alasca é a VONTADE DE DEUS.


E O QUE EU PENSO QUE É por estas e por muitas outras coisas semelhantes que sou agnóstico. Se Sarah Palin se convenceu e pretende convencer-nos de que a guerra do Iraque é uma missão de Deus, então é porque acredita que George Bush é Deus. Só resta saber se não terá agora John MacCaine por Jesus Cristo e ela própria se convença que é Maria Madalena.
Ainda sobre esta “missão” esqueceu-se de referir as figuras, já agora bíblicas, de Blair, Aznar e Barroso, que estiveram com Ele nos Açores aquando da ultima “CENA” d.C. e que antecedeu a invasão do Iraque.
Sinceramente que esta religião não me convence!




O QUE SE DISSE FOI QUE Paulo Pedroso ganhou a acção cível que interpôs contra o Estado, tendo este sido condenado ao pagamento de uma indemnização por prisão ilegal, aplicada ao ex-ministro. Sócrates mostrou-se satisfeito com a decisão judicial a favor de Paulo Pedroso e lembra que «viveu intensamente este processo», tendo recusado qualificar o seu «estado de espírito».
Tendo o Ministério Publico recorrido da sentença, Pedroso diz que este utilizou «pequenos truques» e acrescenta «não estar surpreendido com a decisão do recurso».

O QUE EU PENSO É QUE A primeira conclusão que tiro é que 100.000 euros (e já não falo dos 600.000 pedidos) corresponde a (+ -) 20 anos do valor do ordenado mínimo presente. Não deve ser nada agradável estar preso mas que estar detido seis meses dava jeito a muitos portugueses para porem a vida em dia, disso não tenho duvidas e estou convencidos que voluntários não faltariam.
Mas este assunto vem na sequência do famigerado caso “Casa Pia”, que já fez correr muita tinta mas parece que ainda não a suficiente, para o esclarecimento total da verdade. E de Paulo Pedroso subsistirá sempre a duvida uma vez que não foi pronunciado.
Se eu acreditasse minimamente que o resultado final do julgamento do caso “Casa Pia”. Cujas alegações finais estão para breve, aproximando-o do fim, fosse a efectiva condenação dos arguidos. Se eu acreditar que Pedroso é “inocente” só porque ganhou, até ver, esta causa. Se eu acreditar nisto, será fácil acreditar em qualquer coisa. Mas há uma coisa em que realmente acredito e tenho-o afirmado desde o inicio deste triste e dramático caso; - quem tem levado com todo o odioso tem sido o Carlos Silvino, que deverá obviamente responder e pagar por todos os delitos cometidos e estamos cá para ver o que vai acontecer aos restantes, porque o que me preocupa substancialmente é que este caso não acabe com as vitimas serem presas, não tendo estes naturalmente condições para interpor acções para tentar receber indemnizações, nem que seja só de 1 euro, para salvar a sua honra.

NOTA:
….”Ora agora falas tu, ora agora falo eu” passará a ser uma rubrica de periodicidade regular e publicada a qualquer momento.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ELEIÇÕES EM ANGOLA. SERÁ QUE ALGUMA COISA VAI MUDAR?

É já amanhã, dia 5, que terá lugar naquele país eleições legislativas, as primeiras em 15 anos, para eleger os deputados à Assembleia Nacional, tendo-se verificado durante a campanha abusos dos direitos fundamentais e actos de violência política, perpetrados por apoiantes do partido que detém o poder. A verdade é que se espera, já sem grandes expectativas, pelos resultados das mesmas, sabendo nós de antemão, que mais uma vez, vai imperar a supremacia do M.P.L.A. para mal do povo angolano, que continuará subjugado ao centralismo excessivo e à continuação da corrupção há muito institucionalizada naquele país africano.
Mais não se pode esperar de José Eduardo dos Santos, ainda que este tenha dito, nas suas intervenções da campanha que Angola é de todos os angolanos e que serão afastados do centro do poder todos aqueles que defendem interesses pessoais e particulares. Este tipo de declarações já não convence quase ninguém, mas terá inevitavelmente o seu efeito perverso numa franja considerável de eleitores que pela sua iliteracia e medo votarão, favorecendo o partido que governa há 33 anos.
Dos Santos é um dos homens mais ricos do mundo e o seu povo um dos mais pobres, ainda que o crescimento do PIB se tenha aproximado dos 20% em 2007.
Como se pode acreditar em Dos Santos quando se sabe como tão bem distribui o poder pelos seus familiares; a sua filha Isabel dos Santos é detentora de uma fortuna considerável …sabe-se que controla uma boa parte de acções da P.T., que é dona da empresa “Urbana 2000” que tem um contrato de leão no valor de 10 milhões de dólares anuais para fazer a limpeza e o saneamento da cidade de Luanda. Detém 25% do B.I.C. – Banco Internacional de Crédito, a empresa de telemóveis “Unitel”, uma empresa de móveis em Portugal, empresas ligadas à exploração de diamantes e à hotelaria, tanto em Angola como em Portugal…De onde surge este portentoso poder económico?
Não se acredita que Dos Santos alguma vez mexa nos enormes privilégios que concede à família, aos seus generais, aos altos quadros do partido e a outros seus apaniguados.
Falta quase tudo em Angola e a vida de luxo na sua capital, uma cidade de altos contrastes sociais, é apanágio de alguns a quem nada falta; lojas de reputadas marcas internacionais, só permitidas a uma elite que tem um elevado poder de compra; restaurantes e discotecas de elevado luxo e carros de ultima geração. Em contrapartida, num universo de 16 milhões de habitantes, 68% da população vive abaixo do limiar da pobreza, sendo 2 dólares por dia o que ganham mais de dois terços da população, atingindo o desemprego uma taxa de 40%; os bairros degradados são autênticas colmeias e a esperança media de vida está nos 42 anos e a mortalidade infantil é das piores do Mundo, morrendo antes dos cincos anos cerca de um quarto das crianças. E é preciso lembrar que Angola é presentemente o maior produtor de petróleo em África.
Luanda tem crescido e vai continuar a crescer como um importante centro de negócios, empurrando os pobres para a periferia, com o fito da construção de condomínios privados.
Só me pergunto: Onde foram parar os ideais que impulsionaram os povos de Angola à luta armada contra o colonialismo? E que fizeram os governos do M.P.L.A., no poder há 33 anos, para emancipar esses mesmos povos, congregando-os numa nação una, proporcionando-lhe condições dignas de vida, económica e social?
Nada se pode esperar de quem andou na mata a combater e chegado ao poder subverte toda a esperança de um povo, tornando-se o seu algoz.
Um destes dias saberemos quem vai governar e daqui a mais uns anos veremos quais as reais transformações operadas e se elas beneficiaram os descamisados daquele que pode ser um grande país. Eu, por mim, continuo a não acreditar!