Confesso que nada, mas mesmo nada do que se vai passando neste país, me causa já a menor estranheza. Não obsta, porém, que não sinta a maior repulsa pelos acontecimentos que despontam em catadupa e que são motivo bastante para que todos nós nos sintamos sinceramente envergonhados.A eventualidade do arquivamento do processo Freeport parece estar cada vez mais na ordem do dia, a julgar pela frequente divulgação dessa possibilidade nos órgãos de comunicação e, como onde há fumo há fogo, vamos esperar pelo seu epílogo, que será certamente aquele que se vislumbra e que nos deixará, mais uma vez, nesta enorme duvida de como funciona a justiça em Portugal.
São públicas as denúncias do Sindicato dos Magistrados, sobre a pressão que vem sendo exercida sobre Vítor Magalhães e Paes Faria, reforçadas pelo novo presidente do sindicato, João Palma, que considera as «incomportáveis pressões» feitas sobre os titulares do caso, admitindo mesmo levar o caso ao Presidente da Republica.
Entretanto, os investigadores, manifestam que só arquivarão o processo com ordens escritas da hierarquia, ou seja, da procuradora Cândida Almeida e do procurador-geral da Republica, Pinto Monteiro.
E parece que ninguém se entende neste caso (ou até entende e só nós, como sempre, é que não entendemos).
A tese do arquivamento que tem vindo a ser defendida que, para mal da democracia, da transparência da justiça e da honra, tudo indica, será o desfecho deste caso, a exemplo de tantos outros que escapam ao entendimento do cidadão comum, é contrariada pelos investigadores da Policia Judiciária de Setúbal, dado que é convicção destes a necessidade de aprofundar o caso, mormente na pista do dinheiro. Existem elementos por informação da banca que implicam o premente esclarecimento das actividades de uma empresa, na qual a mãe de José Sócrates é uma das fundadoras, conjuntamente com José Paulo Bernardo Pinto de Sousa, primo do primeiro-ministro, e um cidadão inglês de origem indiana, Matt Merzougui.
Os Contornos deste caso são por demais dúbios para que não se justifique o seu previsível arquivamento, pelo que se espera que a justiça funcione e que o final deste filme não seja á boa maneira do “Farwest”, em que o “rapaz” morre e a “rapariga” casa com o cavalo!




Torna-se um tanto dificil encontrar um rumo para este país, quando se constata que grande parte deste povo ainda vive literalmente com a mentalidade de antanho. Como é possivel que hajam tantos voluntários predispostos a aceitar atropelos descarados à própria constituição e se deixem "acorrentar" por esta tendência cada vez mais evidente da subversão dos direitos, liberdades e garantias. Não tenho partido, mas não posso minimizar o impacto de 200.000 pessoas na rua e começo a ficar preocupado com a apatia de uns quantos e a palermice de outros tantos..... Realmente, se perante todas estas arbitrariedades este povo não se manisfestar rápidamente e de forma convincente, a esperança que já está moribunda, morrerá de vez e com ela este país!!!!



