terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

FREEPORT: UM “PUZZLE” POR RESOLVER!

Já tanto se escreveu sobre o tema e de maneira tão diversa, que eu penso que neste momento a opinião pública está deveras baralhada com este caso. Mais, é que com todas as preocupações que se vivem no que concerne à miséria crescente e cuja tendência é para se adensar, sabe-se lá até onde e quais vão ser a reais consequências, o povo tende a secundarizá-lo. Mas este assunto não perde a sua importância por este facto.Se é altamente preocupante toda a celeuma gerada em torno deste caso, seja qual for a sua dimensão e quem nela possa estar eventualmente envolvida, detenho que de tudo isto o que mais nos deve preocupar, não menorizando o facto em si, pela sua melindrosa relevância, é o aparente mau funcionamento da justiça.Neste país decrépito onde já se não acredita em nada e em ninguém, restar-nos-ia acreditar na lei, mas até isso nos parece ser sonegado a cada dia. Esperemos que em nome da transparência e da dignidade, tão necessária para reabilitar a moral desgastada dos portugueses, o Ministério Publico, com a isenção constitucional da separação de poderes que lhe está subjacente e que intransigentemente se lhe exige, dê seguimento rápido às investigações e conclua a sua intervenção, seja qual for o resultado final.Acresce que, não acreditando em cabalas nem em campanhas negras contra Sócrates, este bem podia e devia, em defesa da sua honra, para desfazer as suspeições que sobre si impendem, colaborar com a justiça e dispor-se voluntariamente a ser interrogado e a facultar os seus movimentos bancários a fim de dissipar esta nuvem negra que sobre ele se abate. Sim, porque Sócrates é o 1º Ministro, não é o meu merceeiro, a quem poderei confiar a Junta de Freguesia, mas nunca a chefia do governo."há algo de podre no reino da Dinamarca", como Shakespeare, escreveu no seu celebre romance “Hamlet”. É que este, depois de perceber e afirmar o que tinha dito, passou a fingir-se de louco incapaz de compreender o que se passava ao seu redor, no intuito de meramente não ser eliminado e poder sobreviver. No final do romance, Hamlet consegue eliminar o seu cruel algoz, embora não tenha sido capaz de sobreviver porque seu algoz foi capaz de, antes de morrer, feri-lo de raspão com uma espada embebida em veneno mortal.

1 comentário:

Nica Villa Real disse...

Duas afirmações de Sócrates chamaram minha atenção no caso Freeport:
” Essas notícias baseiam-se em fugas de informação selectivas, manipuladas e orientadas com um único fim: atingir-me pessoal e politicamente”.
“Continuarei a dar o meu melhor para resolver os problemas do país, é esse o meu dever...” e blá, blá, blá
Por conta disso deveria seguir seu conselho de colaborar com a justiça e abrir seus movimentos bancários, seria uma boa oportunidade de recuperar-se do descrédito moral e político que vem sofrendo. Ao que parece, Sócrates fala, fala e diz (e faz) quase nada. Se é inocente não há o que temer, se o seu dever é resolver os problemas do país, ajudaria e muito colaborar de maneira efetiva para a solução desse caso, o que seria uma grande economia aos cofres públicos.