quarta-feira, 13 de agosto de 2008

AO MUNDO (de Liliana Josué)

Liliana
Embora me tenhas enviado este poema como comentário ao (IN)SEGURANÇA, achei que era um desperdicio deixá-lo escondido na gaveta e não lhe dar a visibilidade que ele merece. Assim, tomei a liberdade de o publicar na página principal, destaque que mereces por mérito próprio. Obrigado e fico à espera que mandes muitos dos teus lindos poemas e das tuas belas prosas.



Requebres de poemas sem lei
apontamentos da vida
onde nada tem conjuntura
imperando o desdenhoso caos
num grotesco sorriso
de águas podres.
Que não se negue a evidênciada
desolação dos sentidos
e a neutralidade da mente.
O vento sopra indiferente
aos gritos vindos do Hades
das nossas almas.
O sol brilha numa crueldade
de gigante poderoso, tudo queimando.
O verde chora sem esperança no futuro.
O azul desmaia de fadiga
deixando-se cair no cinzento das nuvens.
Só se ouvem melancólicos
os requebres de poemas sem lei
perdidos na esterilidade da existência
morta.

Lisboa, 12 de Agosto de 2008

Liliana Josué

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