segunda-feira, 11 de agosto de 2008

(IN)SEGURANÇA

Que raio, já não entendo.
É só abrir os jornais
E já me parecem banais
As noticias que vou lendo
De tamanha violência
Que espelha bem a demência
Do mundo que vamos tendo

É tamanha a confusão
Que está instalado o caos
Neste lugar em que dos maus
Já não se consegue ter mão
Vão alargando o seu espaço
Praticando a cada passo
O crime impune e vilão

É assim, em todo o lado
Dizem as cabeças d’oiro
Temem os cornos do toiro.
Fazem leis por atacado
Espartilhando sua eficácia
E por esta pertinácia
Surge o crime organizado

Sim, eu desconfio das leis
E da sua aplicação
Porque afinal a razão
Todos decerto a sabeis
Salta à vista de qualquer
Pois só visam proteger
Os poderosos cruéis

E o que fazer afinal?
Sem solução aparente
Que é cada vez mais urgente
Para que seja terminal
E cumpram os tribunais
Não se faça esperar mais
Revejam o Código Penal



2 comentários:

Anónimo disse...

(In) Segurança espelha a revolta de milhões de pessoa que não aceitam ser subjugadas e quotidianamente ameaçadas.

Unknown disse...

Ao Mundo

(Aqui vai uma prova de solidariedade minha ao teu belo poema).

Requebres de poemas sem lei
apontamentos da vida
onde nada tem conjuntura
imperando o desdenhoso caos
num grotesco sorriso
de águas podres.
Que não se negue a evidência
da desolação dos sentidos
e a neutralidade da mente.
O vento sopra indiferente
aos gritos vindos do Hades
das nossas almas.
O sol brilha numa crueldade
de gigante poderoso, tudo queimando.
O verde chora sem esperança no futuro.
O azul desmaia de fadiga
deixando-se cair no cinzento das nuvens.
Só se ouvem melancólicos
os requebres de poemas sem lei
perdidos na esterilidade da existência
morta.

Lisboa, 12 de Agosto de 2008
Liliana Josué