domingo, 21 de fevereiro de 2010

NÃO QUEIRAS PROVAR O TEU PRÓPRIO VENENO!

Costumo balançar numa quanta hesitação quando alguma coisa me parece tirar do sério; - se merece ou não a pena extrapolar, atribuindo o valor que um determinado comportamento até tem, mas se ir mais além não poderá representar que vou dimensionar uma situação, que conduzirá a um determinado resultado, que será naturalmente desagradável.
É para mim muito confuso que a intrepidez de um amigo, na sua obstinação de assumir posições unilaterais, convencido que o fiel da balança tem de pender sempre para o seu lado, roubando nitidamente no peso, como qualquer vendedeira de rua, tentando assacar para si um lucro que não lhe advém da seriedade, mas da avidez, neste caso concreto, de aumentar o seu pecúlio de razões, que muitas as vezes não tem, assumindo atitudes inconcebíveis quando o “negócio” não lhe corre de feição.
Se tudo na vida é cíclico, então porque negar, ou não querer ver, que a amizade também faz parte desta realidade intrínseca e que, as velhas amizades também se podem comprometer e esgotar quando os argumentos não se renovam e aviltam os princípios e as regras que lhe estão adjacentes, da reciprocidade e do respeito pessoal, quando uma das partes crê, inopinadamente, e interrompe abruptamente o diálogo, afirmando que só fala do que quer, só ouve o que quer e que esta conversa fica por aqui, já!
Não me revejo neste tipo de comportamento e jamais tentei perverter as ideias e (ou) a vontade de quem quer que seja, mesmo não sendo propriamente dos amigos embora, quanto a estes últimos, sinta um outro à vontade na discussão das ideias, no sobressalto das realidades do dia-a-dia e na conjugação, ainda que empírica, que muitas as vezes se podem extrair quando se fala das coisas sem sofismas.
Até sou paciente, mesmo muito paciente, de certa forma, com pessoas de trato difícil e não me detenho nunca na análise simplista de que estou perante alguém que não interessa a ninguém. Não, porque o que condiciona os comportamentos de cada um de nós, tem sempre a ver o com o nosso percurso de vida, com as nossas vivencias, negativas e positivas, que influenciam inevitavelmente o nosso carácter, logo a nossa postura perante a vida e os outros, mas jamais podemos ou devemos transformar em arma de arremesso os nossos recalcamentos.
Reconheço que não temos todos a mesma força de nos sobrepor a essas vicissitudes, de lutar contra os nossos fantasmas, tornando assim a nossa vida melhor e com mais sentido e, por acréscimo, tornar mais felizes os que nos rodeiam e esse anátema pode até perseguir-nos a vida inteira.
Tenho sentido, em muitos dos teus gestos, perfeitamente incongruentes, que te rebelas contra tudo e todos, não te apercebendo que vais, e cada vez mais, pagar um preço altíssimo por isso, que te isola assustadoramente, e que se chama solidão. E a solidão mata!
Pega nesses frasquinhos de veneno com que, erradamente, pensas estar defendido e que acometes com muita frequência, mesmo contra aqueles que gostam de ti, e desfaz-te deles rapidamente, não vá dar-se o caso de algum deles se te rebentar nas mãos e teres de provar o teu próprio veneno!

2 comentários:

Fernando Freitas disse...

Por estranho que pareça essas pessoas agem assim por medo e insegurança.

Fernando Freitas disse...

Nem de propósito. No www.medicamenteassistido.blogspot.com, o assunto versado anda à volta deste.
Um abaço,