sábado, 6 de fevereiro de 2010

OPINIÕES PERIGOSAS



José Sócrates, em entrevista ao Jornal Libéracion (3/10/2010)

“Não vejo nenhuma razão objectiva para considerar que a Grécia apresente um risco tão elevado como alguns dizem.”

Sócrates não esclarece quem são os “alguns”, mas presume-se que se refira a “experts” em economia. A Grécia, certamente, não agradecerá a opinião de Sócrates com receio que os observadores internacionais, atentos ao que se passa em Portugal, considerem que afinal o problema daquele país é ainda mais grave.

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Manuel Alegre, em resposta a uma entrevista concedida á revista “Visão” por Belmiro de Azevedo, disse ao jornal “O Publico”:

“Se nós tivermos juízo o país pára.”

Respeito inteiramente a opinião de Manuel Alegre, não deixando de acrescentar: se não ter juízo representasse que uma cambada de doidos trabalhava activamente no sentido do desenvolvimento do país, estaríamos certamente na vanguarda da Europa, já para não dizer do mundo; - Portugal, é hoje um sítio onde o juízo parece não abundar e os resultados estão bem à vista e provam a nossa falta de tino.

Por sua vez, Soraia Chaves, disse ao “Correio da Manhã”:

“Gostaria de fazer uma mulher mais desequilibrada”

Será que esta frase representa um apoio implícito à candidatura de Manuel Alegre, ou será só para chatear Belmiro de Azevedo?

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O senhor Presidente da Republica, em entrevista concedida ao “Expresso” hoje:

“Portugal e Grécia não podem ser comparados. O Nosso país sempre foi cumpridor.”

É óbvio que a Cavaco Silva cumpre-lhe apaziguar as hostes, pelo que se compreende a sua opinião. Tenho, no entanto de relembrar, o que não é novidade para ninguém, que muita, mas mesmo muita gente séria, encontra-se hoje em situações gravíssimas de incumprimento das suas obrigações, sem que com isso se tenha quebrado a sua seriedade.
Muitas as vezes, o incumprimento das nossas responsabilidades não aquilata o nosso grau de seriedade, quando tal acontece por razões que estão para além dessa essência.
Grave é que se o País até aqui tem cumprido, como afirma, tal se deve, cada vez mais, ao esforço e sofrimento deste povo que pouco ou nada recebe em troca.
O País tem sido mal gerido? Sem dúvida e eis o resultado. Como podemos acreditar num governo que decretou o fim da crise em 2007, numa pura e descarada mentira, e reincide no final de 2009?
Possivelmente Portugal vai continuar a cumprir e isso vai ser muito duro. A Nação, através dos seus governantes, vai mais uma vez agradecer e, como sempre, mal; - quando chegar a bonança, que tardará, repetir-se-ão os mesmos erros, os beneficiados serão os do costume, os lóbis vão continuar. E nós os que tivemos de colocar a dita seriedade (leia-se cumprimento de obrigações) em espera e que, como sempre, somos os verdadeiros salvadores da pátria, receberemos o quê em troca?

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