sábado, 7 de novembro de 2009

BANALIDADES, OU NEM POR ISSO?

Sou um homem muito terra a terra.
Prefiro perder um amigo do que deixar de lhe dizer aquilo que sinto lealmente e costumo utilizar um provérbio árabe que diz: "Para seres meu amigo, terás de comer comigo uma tonelada de sal"
E as pessoas (leia-se amigos) que tenho aqui faz mesmo muitos anos... estavam convencidos que a idade me tinha amaciado na minha verticalidade, logo nesta maneira de ser real que não escondo... doa a quem doer...
Então, ainda há pouco à porta do restaurante estávamos um grande grupo que faziamos alas... ou seja, ficava um corredor... entretanto, um individuo que não conheciamos de lado nenhum... passou pelo meio, desucadamente (estou a falar de alguém para ai da minha idade)...e estavam ali muitos jovens...
Quando ele ia no meio do corredor (de pessoas sem dizer nada) questionei-o e perguntei-lhe: Não aprendeu as palavras mágicas que são, faz favor, com licença e desculpe?
O homem ficou estarrecido e os meus amigos boquiabertos... o senhor desfez-se em desculpas, redimiu-se e segue a vida dele...
Os meus amigos, os antigos, disseram-me; não mudáste nada, continuas igual a ti mesmo... os mais novos disseram que receberam uma grande lição.
Pronto e é isto. Um doido que continua na senda dos principios, da educação e da correcção destes desvios...
É por isso que sou um utópico.

3 comentários:

Nica Villa Real disse...

A frontalidade é uma das qualidades que mais admiro em você. Embora muitas vezes possa correr o risco de ser confundido com um sapo.. mas, basta um segundo olhar e percebe-se que não é bem assim.

pelaleidosentidos disse...

joaquimclaro

Penso que às vezes nos "esquecemos" de ensinar as "coisas", partimos do princípio que são básicas, que todos, comos nós que as adquirimos, as "utilizamos" e espantamo-nos com a sua ausência em situações como essa que descreve ou mesmo com o espanto de quem é confrontado.

Quando um dia falei nisso, espantaram-se adolescentes por ser falta de educação cortarem as unhas em público, por aí ou coçarem-se expondo o tronco... :))

Parabéns pelo post, pela atitude. A utopia, a diferença são fardos mas pior fardo seria não ser assim.

Heloísa Serqueira disse...

Em primeiro lugar, parabéns pelo seu blog que passará a ser leitura obrigatória.
Não consigo achar natural essa ausência de expressões de gentileza e de gratidão, as tão difundidas "palavrinhas mágicas": "com licença", "por favor", "obrigado" e "desculpas" só se pede na falta de uma das três. Lição que aprendi na tenra idade e passei para meus filhos e netos.
Hoje em dia as pessoas não se tratam com educação, em geral!Não pedem, não solicitam, não agradecem e acham isso absolutamente normal. Não entendo que fenômeno é esse.