terça-feira, 14 de julho de 2009

TERMINAL DE ALCANTARA: OS CONTENTORES NÃO SÃO TRANSPARENTES!

O soma e segue de um laxismo sem precedentes está instalado no nosso dia-a-dia, como já aqui aflorei um monte de vezes, sem que em nenhuma delas lhes tenha dado qualquer novidade. Eu sei!
Grave é na verdade que ele comece a tomar contornos de uma inevitabilidade que nos caustica, mas que já encaramos de tal forma como rotineira, ao ponto de nos deixarmos arrastar por este maldito torpor que redunda num sentimento de frustração de quem não consegue alterar o estado lastimoso a que chegou este país.
De todos os casos mediáticos pendentes na justiça não temos nem um resolvido mas, todos os dias surge um novo caso para engrossar este caudal de pouca vergonha que flui assustadoramente da impunidade dos prevaricadores, parecendo mesmo estar a tornar-se num “jogo” a ver quem consegue infringir a lei com mais requinte; - quem consegue faze-lo com maior rapidez e argúcia; quem consegue delapidar melhor e mais instituições e empresas; quem consegue, sub-repticiamente, arrecadar o maior pecúlio oriundo do nosso dinheiro. Ou seja; - é assim como o jogo da bolha, onde metem o nosso dinheiro sem nos convidarem e onde eles ganham tudo e nós ficamos a chupar no dedo!
Trabalho, ao Ministério Publico, não falta e estamos ansiosos de que o faça bem.
Desta feita, prepara-se para investigar mais um caso polémico sobre o Terminal de Contentores de Alcântara, cujo Contrato de Exploração foi prorrogado por mais 27 anos à Liscont (empresa do Grupo Mota-Engil, liderado pelo socialista Jorge Coelho) pelo Ministério das Obras Publicas de Mário Lino, em 2008.
A abertura deste inquérito por parte do Ministério Publico vem na sequência de uma Auditoria do Tribunal de Contas feita à Administração do Porto de Lisboa (APL), relativamente ao negócio que esta encerrou com a Liscont em Outubro de 2008, indiciando que os interesses do Estado não foram salvaguardados, dado que para o mesmo nem sequer existiu concurso publico e com base em projecções económicas consideradas duvidosas.
Envolvidos neste negócio estiveram em Abril de 2008, pelo Estado, os ministros das Finanças e das Obras Publicas e a APL, a Refer, a Tertir, e a Liscont.
Mário Lino não faz comentários à investigação e Jorge Coelho limita-se a remeter o assunto para a Liscont, afirmando nada ter a ver com o proceso. É a chamada pescadinha de rabo na boca.
Não obstante o Tribunal de Justiça da União Europeia não admitir a prorrogação de contratos de execução continuada, defendendo que, nestes casos, se realizem novos contratos para que não seja violado o princípio da concorrência, o escritório de Advogados Viera de Almeida não perfilha esta posição, achando que a prorrogação dos contratos não compromete as garantias da concorrência e transparência. Mais pescadinha de rabo na boca.
A verdade é que a opacidade de todos os casos que estão na “ribalta” é mais que muita e vamos continuando a assistir a negócios marginais, que beneficiam sempre os mesmos em detrimento dos reais interesses do país e dos seus cidadãos. E não tenhamos a ilusão de há fim à vista, enquanto a justiça não funcionar em pleno e enquanto uns quantos tubarões não forem exemplarmente punidos.
Quanto aos políticos, o destino do pais continuará seriamente abalado e cada vez mais comprometido, enquanto, nós os eleitores, não formos capazes de lhes dizer basta, ainda que seja através do voto, mas admitido que existem alternativas de governação que não se esgotam nos partidos que já, eles sim, esgotaram todas as fórmulas que se mostraram iníquas em mais de 30 anos de governação.

Sem comentários: