
Esta é uma afirmação perfeitamente alucinada e alucinante, que prova a falência da responsável máxima do PSD e evidencia a sua incapacidade para dirigir o maior partido da oposição.
Mas não deixa de ser curioso o incómodo que emergiu desta opinião, considerando Alberto Martins que as palavras de Manuela Ferreira Leite «são anti-democráticas, reveladoras de uma cultura autoritária e de ausência de cultura cívica», manifestando, ainda, o presidente do grupo parlamentar socialista o «repúdio veemente» do PS, acrescentando que «a democracia não pode ter intervalos de seis meses. O contrário da democracia é a ditadura - e só quem não sabe o que foi a ditadura pode admitir intervalos lúcidos para a democracia».
– Por seu turno, Bernardino Soares do PCP manifesta que as declarações da líder do PSD foram «despropositadas e inadequadas», sobretudo «num momento em que são postos em causa e atacados direitos, liberdades e garantias fundamentais» e Paulo Portas limita-se em crer que ela se referia à «situação da justiça», afirmando que está ao alcance da M.F.Leite «suspender o pacto de justiça que o PS e o PSD assinaram e que significou mais insegurança, mais crime e leis que não são dissuasoras da criminalidade».
O Bloco de Esquerda não fez (ainda) qualquer comentário, considerando no entanto que estas foram despropositadas.
Luís Filipe Menezes entendeu que a ideia de «suspender a democracia por seis meses é profundamente bizarra», rematando que «Tanta asneira, tanta gafe, tanta insensatez e tanta falta de propostas concretas para mobilizar os portugueses mostram que esta direcção do PSD não tem quaisquer condições para mobilizar o partido para uma vitória eleitoral» pelo facto de o «país precisar de uma alternativa» e de «o PS estar tão desgastado».
Perante esta multiplicidade de opiniões e outras mais que, seguramente, irão surgir por aí no mercado das palavras e sem, como já manifestei no início, estar de acordo com Manuela Ferreira Leite, não poderei deixar de opinar o seguinte:
Conhecendo nós qual vem sendo a prática de José Sócrates e do seu Governo em matéria de dialogo, que tão necessário se tem mostrado para a solução dos diversos e graves problemas que nos afectam nos mais diversos sectores. - Sentindo nós o efeitos das suas politicas económicas e sociais por ter sempre governando à direita, pervertendo a maioria das suas promessas eleitorais. – Verificando nós como tratou os casos OTA/Alcochete e a saúde, no tempo de Correia de Campos (onde só o ministro mudou e se matem a mesma politica) – Tendo presente a prepotência manifestada no campo da educação, comprando uma guerra desnecessária com os professores e alunos do ensino médio, constrangimentos com as universidades e problemas com os juízes. – Sócrates enfrenta já vozes dissonantes no próprio Partido Socialista. - E não é só a de Manuel Alegre; é também as de António Vitorino, António José Seguro e outros.
Nós assistimos à subserviência de Vitalino Canas e de Pedro Silva Pereira (e há outros, possivelmente muitos outros) que criticam a cassete que os militantes do PCP, debitam, e agora, também eles, se guiam pelo mesmo diapasão. Chego a ficar nauseado.
Mas pode-se falar da irredutibilidade do Ministro da Justiça, António Costa, em rever os Códigos do Processo Penal e Penal que há muito são contestados, sem resultado. A não ser os da diminuição da justiça e, por ela, o acréscimo a criminalidade.
Da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, da forma como tem conduzido todo o processo de avaliação, desprezando as duas maiores manifestações que se fizeram depois do 25 de Abril, como se todos os que nelas participaram estivessem manipulados. E porque será que a Ministra não gosta dos sindicatos?
Do Ministro Mariano Gago, relativamente às Universidades e ao seu apoio financeiro, pretendendo que estas se transformem em fundações, daí um passo à privatização. Referindo ainda a maneira desresponsabilizada com tratou o Caso da Moderna relativamente aos alunos, deixando estes entregues à sua sorte, encerrando a universidade quando as actividades já tinham começado em todas as faculdades, dificultando a muitos a sua inscrição e a outros a inviabilização de o fazer e de terem de parar.
E muitos outros exemplos poderiam ser apontados de práticas de duvidosa democraticidade praticadas por este Governo.
E o que dizer do próprio José Sócrates, do quanto mentiu a este país, da sua arrogância, dos seus sorrisos de troça, da maneira inquietante como na Assembleia da República responde aos seus opositores com um maniqueísmo intolerável? E tudo isto é dignificante e próprio da vivência democrática, que vemos com frequência no hemiciclo?. É isto que os nossos jovens devem assimilar como prática democrática?
Pois é. Reconheço que Manuela Ferreira Leite não devia ter dito o que disse e por isso foi alvo da notícia; teorizou sem praticar. Sócrates, que até não liga a teorias, está-se nas tintas para elas e prefere a prática. Só que já passaram mais de seis meses!!!
2 comentários:
Custa-me acreditar que alguém em sã consciência proponha tal retrocesso. Manuela Ferreira Leite representa, com sua afirmação, o passado, o governar com mãos de ferro, o aprisionar o povo. E passa assim um recibo de seu despreparo político e pobre poder argumentativo. Que não seja esquecido.
Joaquim, sem sombra de dúvidas, uma "verdadeira aberração"!Se essa moda do "eu posso, eu mando, eu faço" pegar, Portugal entrará retrocesso sem precedentes. É inadmissível que nos tempos de hoje (lembrem-se de Salazar), existam pessoas que ainda queiram subjugar o povo. Não há retratação possível para o que foi dito. A ordem se estabelece com bons governantes e não com democracia disfarçada.
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