
Salvaguardo uma antecipação segura, que seria a de algum dos proeminentes cérebros que nos (des) governam ser, muito eventualmente, alvo desta violência. E não o faria, com toda a verdade, por regozijo, mesmo confessando que não nutro nenhuma simpatia por nenhum deles. Fá-lo-ia pela novidade que representaria, ou seja, a de colherem tempestades pelos ventos que tão bem têm semeado.
É verdade que um acontecimento desta natureza é mais improvável do que algum de nós ser premiado no euromilhões, porque bem sabemos que estão super protegidos, mas não é menos verdade que a violência a que temos vindo assistir em crescendo, emerge da passividade e inoperância de quem tem por direito proteger-nos.
E não chega que o sr. Ministro da Administração Interna venha calmamente a publico dizer que o problema é bastante delicado e que é um mal transfronteiriço, como desculpa da sua incapacidade em conter ou diminuir esta explosão de criminalidade, que atingiu índices jamais registados em Portugal.
Todos sabemos, e não é necessário que ele no-lo diga, que o crime está cada vez mais organizado, transcontinental e tendencialmente crescente, porque não deve um governo e o seu ministro da tutela, deterem-se simplesmente na análise sem que, de imediato, implementem as medidas adequadas e enérgicas que visem pôr-lhe cobro.
Se é missão das policias reprimir a criminalidade e deter os delinquentes; se é função dos tribunais julgar exemplarmente os delitos e aplicar penas em consonância com a gravidade dos mesmos, é fundamental obrigação do governo não deixar uns e outros de mão atadas, legislando com rigor e realismo, no sentido de que a ambos seja possível o cumprimento cabal das suas competências, presentemente limitadas com as alterações introduzidas aos códigos do Processo Penal e Penal, que entraram em vigor em 15 de Setembro de 2007.
Eu sei que o tema é controverso e que o legislador se escuda sempre nos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. E deve tê-lo em atenção, como garante do estrito cumprimento constitucional mas ela também prescreve, no seu artigo 272, que “todos os cidadãos têm direito à liberdade e à segurança” e que a “vida humana é inviolável”, no seu artigo 24º.
A verdade nua e crua, é que a manutenção da liberdade de uns quantos, bastas as vezes duvidosa, não pode nem deve implicar com a tranquilidade e segurança da maioria. Muito menos, quando este governo, por razões economicistas, alivia as cadeias de mais de um terço dos reclusos, só porque estes custam qualquer coisa como € 50,00 diários. E quanto vale uma vida humana, uma só que seja, que tombe às mãos de criminosos? E quem se deverá responsabilizar? É que começa a ser caricato e preocupante que muitos dos arguidos postos em liberdade, reincidam de imediato.
Estão perfeitamente fundamentados o desassossego e o terror dos cidadãos perante esta vaga de criminalidade, por más sentenças, abandono de provas substanciais, por carências formais, falhas processuais, caducidades e prescrições. Hoje, quem tem liberdade de circulação por toda a parte são os criminosos; velhos, crianças e demais cidadãos comuns não se afoitam a sair à rua e menos passear em muitas zonas das terras onde vivem, receosos de serem assaltados, roubados, agredidos ou mesmo mortos.
Estamos fartos de ser vitimados e cada vez mais indignados e revoltados!
6 comentários:
Olá Joaquim.
Só título do teu artigo é extremamente sugestivo.
A VIOLÊNCIA ACORDA sobre nós
Numa atitude mordaz e de ofensa
Atira as garras de animal feroz
E O ESTADO DORME na sua indiferença.
Com um beijinho de muita solidariedade.
Liliana Josué
"Uma desculpa é pior e mais terrível que uma mentira, pois uma desculpa é uma mentira precavida."
Quando o Estado, que deveria zelar pelo bem comum, fecha os olhos diante de tanta violência e apenas teoriza soluções, banaliza a criminalidade e degrada a sociedade num todo.
realmente, concordo contigo em todos os pontos, e justamente por haverem tantos criminosos à solta é que há poucas cadeias e muitas grades nas janelas e pátios de nossas casas. os detentos somos nós, e não os criminosos.
Meu amigo, está cá quase tudo...
a minha opinião, tu já sabes e o ditado popular diz que os bois se devem chamar pelos nomes,
isto é:
-Primeiro Ministro……JOSÉ SOCRATES.
-Ministro de Estado e da
-Administração Interna RUI PEREIRA.
-Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna
José Magalhães.
-Secretário de Estado da Administração Interna.Rui Sá Gomes.
-Ministro da Justiça ALBERTO COSTA.
-Secretário de Estado Adjunto da Justiça.......José Conde Rodrigues.
-Secretário de Estado da Justiça........João Tiago Silveira.
-Ministro de Estado e das Finanças…FERNANDO TEIXEIRA DOS SANTOS.
-Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento...Emanuel Augusto Santos.
-Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças.....Carlos Costa Pina.
Estes são alguns os nomes dos cidadãos deste País, que neste momento são responsáveis pela, planificação, organização e intervenção em áreas muito delicadas da governação de Portugal. (todas as áreas são delicadas, como é obvio, só o dia a dia define o grau de delicadeza.)
Não é vergonha ser ignorante, mas é vergonha ser estúpido, (mesmo com falta de dinheiro), é vergonha ser incompetente e esta é a minha apreciação politica, Quando não se é marinheiro não se vai trabalhar para um barco!
Merecemos melhor retorno por aquilo que lhes pagamos... ( o que até poderia ser uma questão menor )
Merecíamos melhor retorno pela confiança que neles depositámos... muita ou pouca! (foi a maioria de nós)
Que falta de humildade, que vergonha!!!
DEMOCRACIA ISTO??? (que até devia ter como coluna vertebral o Programa do Partido Socialista )
Dizia o Zeca Afonso: “ACORDAI!” e agora digo eu; PORRA.
(os nomes e os cargos governamentais foram retirados do portal do governo)
Um abraço do Fernando A, A, Silva
Joaquim
O estado da impunidade a que este país chegou, fruto da bandalheira da classe política que nos governa, está aí bem patente.
realmente a violência preocupa-nos a todos e assobiar para o lado e fazer de conta que não se passa nada não resolve coisa nenhuma.E....português sofre
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