terça-feira, 19 de agosto de 2008

NAIDE GOMES É TÃO (A)NORMAL COMO TODOS NÓS

Assisti, já alta madrugada, naturalmente como muitos portugueses, às eliminatórias das provas do salto em comprimento nas Olimpíadas de Pequim e a expectativa era enorme uma vez que ela, pelo que já nos provou, é uma atleta com um potencial suficiente para ombrear com as melhores na disputa pela medalha de ouro.
É normal que todos nos tenhamos sentido tristes, e ela em particular, por não ter ido mais longe. Mas não basta comentar contra ou a favor, sem primeiro olhar para o interior de nós.
Quando chega a hora de dar bitaites nós, os portugueses, somos os maiores. Só que nunca passamos daqui. Está na hora de acordar, porque o que se passou nestes jogos olímpicos é exactamente o espelho deste país, onde a culpa morre sempre solteira, porque ninguém se quer casar com ela.
Os culpados somos todos nós, porque estas coisas acontecem todos os dias no nosso quotidiano; tentar ganhar ou perder! Mas são mais as vezes que perdemos do que as que ganhamos. Daí, seja na pessoa de quem for, não chega dizer mal, porque é fundamental ir ao âmago da questão, analisar as causas e fundamentar as criticas. E a minha é esta: Naide e todos ou outros atletas que nos representaram tentaram fazer o seu melhor, estou convencido. As razões do fracasso serão múltiplas mas terão inexoravelmente o cunho deste país de desalento e resignação, onde a maioria já está habituada a perder.
Teremos de esperar pacientemente por 2012, que é o mesmo que fazemos relativamente aos governos, tentando convencer-nos que o próximo será melhor. É a nossa sina!

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Joaquim.

Este assunto é de extrema actualidade.
Áinda hoje, antes ter lido este teu artigo, conversava com alguém sobre mesmo tema, e as nossas conclusões foram iguais às tuas.
Não haja a menor dúvida que o desânimo deste país se reflete em absoluto no espírito dos nossos atletas.
É um bonito texto.
Estou contigo.
Liliana Josué