sábado, 2 de janeiro de 2010

UMA MENSAGEM DE ANO NOVO ...

A MENSAGEM DE ANO NOVO AO PRESIDENTE DA REPUBLICA, AO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA, AO PRIMEIRO-MINISTRO, À ASSEMBLEIA DA REPUBLICA, AOS POLITICOS, SEM DIFERENCIAR CORES, AO PODER JUDICIAL, AO PODER ECONÓMICO E AOS MEDIA, QUE TENTAM CONDICIONAR ESTE POVO SOFREDOR, ALIJANDO-SE, CADA VEZ MAIS DAS SUAS REAIS E ANSIADAS RESPONSABILIDADES.


Acabámos de entrar num novo ano em que nenhum de nós, nem quem tem os desígnios de nos governar, sabe como vai ser. A avidez, de todos os contendores é, sempre, a do exercício controlador do poder, esmagando o que quer que seja, tentando sempre ficar por cima, subjugando os interesses partidários em detrimento do interesse nacional.


Ao Sr. Presidente da Republica, que é em teoria o de todos os portugueses, mas não o meu, não basta o tom de bonomia que tenta deixar transparecer na sua mensagem de fim de ano, ainda que tenha aflorado algumas verdades, sem que nos deixe a impressão de que o seu discurso, mais do que um alerta para as realidades e soluções do país, se traduz num intencional trampolim para as Presidenciais de 2010. A política acima do interesse nacional.


Neste emaranhado de tibiezas e, segundo posições que dimanam do interior do PS, as facções que defendem a candidatura de Manuel Alegre e as que defendem a de Jaime Gama, são demonstrativas da falta de objectividade de um partido fragmentado, que atira pedras em todas as direcções porque a sua própria identidade não é uníssona; e, aqui, mais uma vez, os interesses partidários, se sobrepõem ao interesse nacional.


Do primeiro-ministro detenha cada um de nós a ideia que entender; -não é o meu “primeiro”, não me convence nem nunca me convenceu e, nem sequer, lhe dou o benefício da dúvida. As histórias que sobre ele se têm contado, substancialmente diversas e controversas, não me permitem o entendimento de se estar perante uma cabala; uma, vá que não vá mas, tantas, ou o ódio é tão eivado que todos se empenham em fazer-lhe a vida negra, mas conclui-se que a verdade nem sempre é como o azeite, segundo a tradição popular, porque bonito e honesto seria Sócrates, ele mesmo, provocar essa mistura de fluidos para provar a sua inocência. Mas não, tem-se vindo a transformar numa vítima, no pressuposto da recolha de louros, com a ideia objectiva, de que já ninguém duvida, de provocar eleições antecipadas que o catapultem para nova maioria, condição única em que poderá (des) governar-nos. É que, estou convencido, não o sabe fazer de outra maneira e, gravíssimo, é ter seguidores obtusos sem capacidade de pensarem por si, totalmente despersonalizados, porque a governação versus/politica não é, no presente, servir o país, o povo, o que seria curial, mas tão-somente a defesa de interesses de classe, apascentando este rebanho dócil. Nada disto se coaduna com o interesse nacional.


À Assembleia da Republica, que delapida uma parte considerável do erário publico sem que se entenda a sua utilidade, gozando de benesses incompreensíveis, estando acima, mas muito acima do cidadão comum, prestando-lhe um serviço sofrível, tantas vergonhoso, cuja Praça da Ribeira em nada fica desprestigiada, comparativamente. Pergunto-me; quantos deputados seriam necessários para fazer a “caca” que eles lá estão a fazer? Tomando em linha de conta que há deputados que não abrem a boca durante toda uma legislatura e que só lá estão para votar segundo as directrizes do partido e que bem poderiam ser substancialmente reduzidos e, assim, obviar custos, tão importante neste momento periclitante da economia. Isto, a bem do interesse nacional.


Dos partidos, que dizer? Muito e nada. Para mim, são cada vez mais como os clubes de futebol: defendem a cor, detêm-se sobejas vezes em questões menores, aviltam e desrespeitam o parlamento, proliferando e alimentando a chicana política, perante a indiferença deste povo mórbido que já está por tudo. Onde paira o interesse nacional?
O Poder Judicial, mas será que ele existe, ou nem por isso? Detenho que não. Constitucionalmente deveria ser um poder independente, interventivo, investigador, imparcial, julgando e punido severa e de igual maneira todos os prevaricadores. Não é assim, para mal de alguns de nós: a Lei não é realmente igual, nem cega, porque destapa sempre um dos olhos para castigar uns e mantém outro fechado para deixar outros incólumes. Estamos cheios de exemplos que nos constrangem e sem fim à vista. O interesse tem mesmo de ser nacional e não só de uns quantos.


E que espécie de empresários tem este país?: -os que se passeiam em grandes bólides, que têm brutas mansões, contas offshore inquantificáveis mas que regateiam 20 euros de aumento para o vencimento mínimo e entendem que a saída da crise passa pela redução do numero de feriados (temos dois acima da média europeia), como se isso seja a panaceia de todos os males. Mas esbanjando nos SPAS, nas rebaldarias da noite, nos casinos, nas festas de luxo, nos cruzeiros, etc. Em detrimento do desenvolvimento das suas empresas, da sua modernização, aumento de produção, maior rendibilidade, maior competitividade que o mesmo é que dizer: - fortalecimento da economia e bem-estar geral? . Isto é, a sobreposição do interesse pútrido das classes privilegiadas, sem beneficio do interesse nacional.


Por ultimo, e como não podia deixar de ser, uma palavra para os media, que exercem sobre nós uma pressão incrível onde embarcamos mesmo sem querer. Não me restam dúvidas que, hoje, a comunicação social (aliás, sempre foi) é altamente tendenciosa e serve clientelas, ainda que se arvore de imparcial, de servir a verdade e de cumprir ou reclamar os pressupostos constitucionais da livre expressão. E tantas opiniões negativas tenho ouvido ma imprensa deste país sobre os blogs, pela pena de doutos comentadores de opinião, como se estes fossem uma praga a abater, como se não existam bons e maus blogs, tal como bons e maus jornais, sendo tudo uma questão de opinião e de liberdade de expressão, que só aos leitores cabe julgar. O interesse nacional, em matéria de opinião, não se confina na imprensa e o 25 de Abril parece ter dado voz a todos, goste-se ou não e oxalá não se esgote.


Este mundo será o que os homens quiserem, se quiserem e quando quiserem. Se acordarem depois do almoço, pode ser tarde.


BOM ANO 2010

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