quinta-feira, 3 de setembro de 2009

UM DEBATE QUE A ESQUERDA NUNCA FEZ

Como homem de esquerda e independente dos partidos desta área, como sempre fui, tenho votado no BE; - O que irei fazer mais uma vez!
Faço-o porque entendo que o BE se insere numa esquerda moderna e inteligente, que tem um projecto e que pode "refrescar" as ideias velhas deste país decadente.
Acho, tal como Louçã, que existem pontos convergentes entre o Bloco e o PCP, mas o que os separa são questões de fundo que não se podem escamotear. O PCP continua na sua linha dura, parecendo não se dar conta que o mundo se transformou e que os partidos de esquerda, sem deixar de o ser nem abandonar o essencial dos seus princípios, têm de se adaptar a novas realidades, prosseguindo seriamente os seus objectivos, lutar por eles e tentar congregar à sua volta o povo num projecto que seja aglutinador.
O PCP, esteve onde sempre esteve e esse tem sido o seu erro. Erro, não por continuar a estar mas, essencialmente, da forma como teima estar. Portugal não é a "União Soviética" nem nós somos bolcheviques e, fazendo parte desta Europa caduca onde há muito para fazer, quer queiramos ou não, a menos que mudemos de continente (o melhor seria a Lua para começar tudo do zero), não há que decalcar modelos de sociedade onde provadamente os resultados estiveram à vista.
Depois deste abalo telúrico, causado por mais uma crise mundial, mercê do crescimento tentacular de um capitalismo desenfreado e selvagem, urge implementar uma nova ordem económica e política. É nesse sentido que a esquerda se deve direccionar, unida inevitavelmente, superando as suas divergências para não ser destrunfada pelas direitas que sabem muito bem o que querem, a tal ponto que a luta em Portugal nem é entre as esquerdas e as direitas, senão entre toda a direita que se digladia entre si pela fruição do poder.
Como é possível que em 35 anos ainda não tenhamos percebido isto?

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